14 de julho de 2022

Diálogo com Especialistas – Segurança Alimentar na Primeira Infância: Conjunturas e Desafios

A Frente Parlamentar da Primeira Infância esteve, no dia 13 de julho, mais um Diálogo com Especialistas. O tema deste evento foi “Segurança Alimentar na Primeira Infância: Conjuntura e Desafios”.

Foram convidados Marina Fragata Chicaro, Diretora de Conhecimento Aplicado da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e Dra. Maria de Paula Albuquerque, pediatra-nutróloga, doutora em Ciências pela UNIFESP, membro do Grupo de Nutrição e Pobreza do Instituto de Estudos Avançados da USP.

A Deputada Leandre Dal Ponte presidiu esse encontro e em sua fala trouxe o ECA, pois nesta data se comemora 32 anos dessa Lei, mas o mais caro é o debate e as ações acerca da importância dessa normatização para as crianças e adolescentes. Trouxe informações sobre as conquistas alcançadas quanto a garantia no orçamento nacional para aplicação na primeira infância em vários ministérios e destacou a aprovação da LDO aonde aumenta os valores destinados a políticas de alimentação escolar. Destacou também, durante suas falas, a dor da fome nas pessoas, especialmente nas crianças. Destacou que o tema “Primeira infância” deve ser continuamente debatido, pois ainda tem pessoas que não sabem o que é e o que abrange essa etapa e nem da importância dela na vida das pessoas.

Marina Fragata Chicaro, Diretora de Conhecimento Aplicado da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, trouxe informações sobre o quadro da fome que hoje se encontra no Brasil, uma vez que nesse ano o Brasil voltou a fazer parte do mapa da fome, segundo as Nações Unidas. Ressaltou também todas as consequências que a fome deixa nas crianças, as sequelas definitivas de desenvolvimento que não serão mais superadas durante a vida por terem vivenciado a fome no seu dia-a-dia. Falou de vários estudos que tratam da segurança nutricional e alimentar pontuando algumas políticas públicas com transferência de renda. Estas ações podem ajudar essas famílias e essas crianças. Ressaltou a importância da alimentação escolar de qualidade e nutritiva, uma vez que muitas crianças têm só na escola a oportunidade de alimentar-se adequadamente, por isso a relevância de superar a evasão escolar que se acentuou com a pandemia da Covid-19.

Dra. Maria de Paula Albuquerque, pediatra-nutróloga, doutora em Ciências pela UNIFESP, membro do Grupo de Nutrição e Pobreza do Instituto de Estudos Avançados da USP e do Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN) trouxe em sua fala aspectos sobre a segurança alimentar desde a disponibilidade, o acesso e a utilização na alimentação das famílias brasileiras. Apresentou informações dos indicadores já existentes de acompanhamento do desenvolvimento das crianças, ressaltando a atenção para a baixa estatura e a magreza, que pode ser indicativo de consequência da fome. Destacou aspectos da insegurança alimentar e que toda insegurança alimentar gera consequências negativas para o desenvolvimento das crianças, tanto físico, como mental e emocional. Também destacou a obesidade infantil como consequência da insegurança alimentar e a importância da implementação de políticas públicas com qualidade e equidade às famílias, pois muitas são invisíveis às políticas públicas existentes. Trouxe dados expressivos do CREN quanto ao atendimento das crianças e adolescentes em São Paulo e o crescimento da insegurança alimentar, especialmente na pandemia.

As especialistas refletiram que temos algumas políticas públicas sobre alimentação e Primeira Infância, contudo, não refletem em ações efetivas para todas as famílias, principalmente para as que mais precisam. Assim urge repensar formas que tirem as famílias da invisibilidade e garantam os seus direitos para que as crianças tenham acesso à alimentação, sendo este um ponto crucial para um pleno desenvolvimento.

Assista na íntegra a audiência (clique aqui)

 

Fonte: NUJOR UNCME-PE /RNPI

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