Lançamentos e eventos, realizados por diferentes organizações em todo o Brasil, celebraram o Mês de Valorização de Paternidade, em Agosto. Entre eles o I Seminário Nacional Paternidade e Primeira Infância, que aconteceu no Rio de Janeiro, uma realização do Grupo de Trabalho Homens pela Primeira Infância e da Secretaria Executiva da Rede Nacional Primeira Infância (clique aqui para conferir a matéria completa do evento).

Outra das ações especiais foi o lançamento da plataforma “Homens Cuidam”, da segunda edição do “Programa P: Manual para o exercício da Paternidade” pelo Instituto Promundo, com escritório no Rio de Janeiro; e o lançamento no Rio de Janeiro do documentário “Pai não é visita – pelo direito de ser acompanhante”, do Instituto Papai, com sede em Recife. As inscrições já foram encerradas, com lotação total prevista para o evento.

Lançamento da plataforma “Homens Cuidam”

“Homens Cuidam” é uma plataforma digital que tem como objetivo informar e dar visibilidade às iniciativas desenvolvidas por Promundo e seus parceiros no Brasil e no mundo sobre transformação de gênero através do envolvimento de meninos e homens como cuidadores equitativos e não violentos.

Há cada vez mais evidências de que, quando os homens participam mais do cuidado das crianças e do trabalho doméstico, a violência contra as mulheres diminui. A saúde melhora e a sensação de bem-estar das mulheres, crianças e homens aumenta. Casais relatam vidas sexuais melhores. As mulheres têm mais tempo para se capacitarem profissionalmente e veem sua renda aumentar. Não há dúvidas de que, para continuarmos avançando no empoderamento das mulheres, homens e meninos devem enxergar-se como aliados no processo.

Disponível no endereço www.homenscuidam.org.br, a plataforma será lançada nesta quarta-feira, 26 de agosto no Seminário Nacional Paternidade e Primeira Infância, momento no qual também será lançada a segunda edição do Programa P – Manual para Exercício da Paternidade e do Cuidado.

Lançamento da segunda edição do “Programa P”

Lançado por Promundo em 2014, o Programa P (de Paternidade) é um manual que se destina a criar espaços seguros para o diálogo com os pais, por meio de oficinas e abordagens que lhes permitam refletir sobre suas preocupações, dúvidas, necessidades e interesses sobre a paternidade e o cuidado, para beneficiar a equidade entre homens e mulheres, o desenvolvimento da criança, a saúde materno-infantil e a própria saúde do homem.

A metodologia tem sido adaptada no Brasil, Indonésia, Ruanda e África do Sul em contextos urbanos e rurais. No Brasil, o Promundo tem realizado capacitações com profissionais de saúde para a utilização do Programa P visando tornar os serviços de saúde espaços mais amigáveis ao homem.

Essa versão inclui um novo suplemento – “Educação sem violência: Ferramentas para a participação dos pais em uma educação sem violência e com equidade de gênero” – uma oficina sobre sling (carregadores de panos para bebês) e informações sobre parto humanizado.

“Pai não é visita!”

Durante o seminário, o Instituto Papai, de Recife faz o lançamento no Rio de Janeiro do documentário “Pai não é visita!”. O filme foi produzido a partir de depoimentos de pais que contam sua experiência de sucesso ou de fracasso na tentativa de acompanhar sua parceira, no trabalho de parto. O vídeo aborda, com sensibilidade, as barreiras culturais, simbólicas e institucionais ao exercício pleno da paternidade. Este produto é uma iniciativa do Instituto Papai e do Núcleo de Pesquisa em Gênero e Masculinidades da Universidade Federal de Pernambuco (Gema-UFPE) em parceria com a 7ª Arte Cinema e com a rede internacional MenEngage. O maior objetivo é sensibilizar o público, sobretudo profissionais e gestores da saúde, sobre a importância e repercussões da participação do pai no parto/nascimento. A expectativa é de que o material possa ser utilizado em eventos de formação e sensibilização de profissionais e gestores de saúde.

Desde 2006, o Instituto Papai e o GEMA/UFPE realizam a Campanha “Pai não é visita! Pelo direito de ser acompanhante!” cujo objetivo é garantir a plena implementação da Lei do Acompanhante, bem como incentivar a participação dos pais no parto e nascimento. Nesses 10 anos, a campanha tem realizado Blitz nas maternidades para verificar o cumprimento da lei, reunido denúncias e produzido diversos materiais para informar a população e sensibilizar profissionais de saúde sobre este direito.

A presença de um acompanhante de livre escolha da mulher durante todo o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato é garantida pela Lei do Acompanhante (11.108/2005). Infelizmente, ainda são muito frequentes casos de descumprimento dessa lei e, na maioria das vezes, é o pai do/a bebê que é impedido de acompanhar o parto. “Há tímidos avanços com alguns serviços modelo que cumprem integralmente a Lei do Acompanhante, mas o que encontramos com a realização das blitz nesses 10 anos é ainda o descumprimento generalizado da lei”, destaca Mariana Azevedo, Coordenadora Geral do Instituto Papai, ong que há 18 anos tem a paternidade como eixo de trabalho, sendo referência para pesquisas na área.

Mês de Valorização da Paternidade

A campanha do “Mês de Valorização da Paternidade” é uma iniciativa do Comitê Vida, um grupo de trabalho intersetorial da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, que reúne profissionais de organizações governamentais e não-governamentais, universidades e demais pessoas interessadas. O objetivo é aproveitar o mês no qual é comemorado o Dia dos Pais para ampliar a reflexão e a divulgação de informações que ajudem a esclarecer a importância da função paterna e os cuidados relativos à saúde do homem. Para marcar a data, uma série de eventos mobilizam profissionais de saúde e usuários da rede de Atenção Primária. Entre as ações estão debates sobre as responsabilidades da paternidade, grafitagem na unidade de saúde acerca da temática, roda de conversa com exibição de vídeos sobre os melhores lances do futebol de todos os tempos e torneio de cartas (sueca) como espaço de diálogo para conscientização a respeito do papel paterno.

(Com informações do Instituto Promundo, Instituto Papai, Comitê Vida e Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro)