Clipping nacional RNPI | 10 - 12 de dezembro de 2019

Agência Brasil – 12/12/2019

>Pobreza é mais grave em famílias com crianças

Estudo divulgado nesta quinta-feira (12) pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e pela agência de desenvolvimento social ChildFund Brasil, de origem norte-americana com sede em Belo Horizonte (MG), mostra a privação de necessidades essenciais ao desenvolvimento e qualidade de vida entre famílias pobres do Maranhão, Piauí e da Paraíba. A análise foi feita a partir do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), que, além da renda, considera o acesso à educação e à saúde. O dado é calculado por município e avalia a situação de crianças de 0 a 11 anos. Conforme nota publicada pelos realizadores do estudo, “foi constatado que tanto a incidência quanto a intensidade da pobreza são maiores em domicílios com presença de crianças. Foram encontradas 186.241 crianças com idade de 0 a 11 anos em situação de pobreza multidimensional, sendo 126.760 no Maranhão, 31.708 no Piauí e 27.773 na Paraíba”. As duas instituições também avaliaram o risco de outras crianças passarem a viver a situação de pobreza multidimensional. “Nos três estados, foi constatada a existência de 577.946 crianças em situação de vulnerabilidade, na mesma faixa etária [0 a 11 anos], sendo 353.875 no Maranhão, 118.274 no Piauí e 105.797 na Paraíba”. O levantamento foi feito a partir de dados secundários originários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por equipe de professores e alunos dos programas de pós-graduação em Geografia, Tratamento da Informação Social e Ciências Sociais da PUC Minas. Confira mais aqui

Folha de Boa Vista – 12/12/2019

>Como oferecer uma alimentação adequada e saudável na infância

A obesidade infantil é um problema de saúde pública que pode provocar várias consequências para o futuro, como o surgimento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, entre outros. Mas como oferecer uma alimentação adequada e saudável para as crianças que hoje possuem um universo enorme de ofertas de alimentos? É importante começar logo cedo, com a oferta do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e, após isso, a introdução da alimentação saudável com alimentos prioritariamente in natura. E a família tem um papel fundamental para ajudar os filhos a desenvolverem hábitos mais saudáveis. Isso porque, como as crianças imitam o que veem, os comportamentos alimentares estão associados aos dos familiares. “O primeiro passo é como a família se organiza para que a casa tenha menos alimentos ultraprocessados. Além disso, é preciso envolver a criança na preparação da comida de uma forma mais lúdica, para que ela possa, desde cedo, valorizar a cultura alimentar e a alimentação feita em casa”, orienta Michele Lessa. A má alimentação na fase infantil pode afetar não só o crescimento físico, mas também o seu desenvolvimento emocional. “Uma criança obesa além de ter dificuldade de fazer atividades físicas com os coleguinhas, corre o risco de sofrer bullying afetando também o seu estado emocional”, destaca Lessa. As famílias também devem evitar oferecer e encorajar as crianças a reduzirem o consumo de bebidas açucaradas, estimular a prática de atividade física e diminuir o tempo gasto com o mundo virtual. Mas a coordenadora chama atenção: a prevenção da obesidade não terá resultados se o ambiente da criança não for considerado. Leia mais aqui

EBC – 12/12/2019

>Família que Acolhe conquista 2º lugar do Prêmio de Boas Práticas para a Primeira Infância do CNJ

Projeto da prefeitura de Boa Vista-RR conquista 2º lugar do Prêmio de Boas Práticas para a Primeira Infância, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O “Família que Acolhe” integra ações nas áreas de saúde, assistência social e educação, por exemplo. Desde que foi criado, em 2013, 16 mil famílias já participaram do programa, segundo a prefeitura da capital roraimense. A iniciativa acompanha a criança desde a barriga da mãe até ela completar 6 anos de idade. Os pais têm ainda a oportunidade de frequentar oficinas onde recebem orientações sobre cada fase da criança. O local é chamado de Universidade do Bebê e traz temas como a importância da amamentação, alimentação saudável, o cuidar e o brincar. De acordo com a coordenadora da Universidade do Bebê e do setor de atendimento do projeto, Elane Florêncio, já é possível identificar os resultados nas crianças que foram acompanhadas pelo programa e que agora estão na escola. Além das oficinas, os serviços incluem o acompanhamento do pré-natal, vagas garantidas em creches, acesso a programas de alimentação e visitação domiciliar. Só a participação efetiva nas atividades do “Família que Acolhe” garante os benefícios do projeto. Conheça mais sobre o Projeto aqui

Diário de Pernambuco – 11/12/2019

>Audiência pública debate abuso sexual contra crianças e adolescentes nesta sexta

Diante do cenário alarmante no qual cerca de 90% dos processos criminais cujas vítimas são crianças e adolescentes são referentes a abuso sexual, segundo dados das Secretarias das 1ª e 2ª Varas dos Crimes Contra Criança e Adolescente da Capital, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) convida a sociedade, professores, conselheiros tutelares, profissionais da saúde, líderes comunitários, instituições que compõe a rede de proteção à criança e adolescente, bem como do sistema de segurança para participar da audiência pública, nesta sexta-feira (13), das 9h às 12h30. A audiência, que contará ainda com a presença de autoridades federais, estaduais e municipais, objetiva discutir mecanismos de prevenção e será realizada no auditório do Centro Cultural Rossini Alves Couto, na av. Suassuna, nº 99. A audiência pública será presidida pelos 24º e 43º promotores de Justiças Criminais da Capital, Giani Santos e Salomão Ismail Abdo Aziz Filho, que convocaram a audiência em conjunto tendo em vista o alto índice de crimes. Para o promotor de Justiça Salomão Ismail, os crimes contra a dignidade sexual das crianças e dos adolescentes são silenciosos. Na maioria das vezes, acontecem dentro de casa, com familiares, o que dificulta a denúncia. “Por isso, anualmente, temos realizado audiências públicas sobre o tema. Essa será a terceira, na qual teremos a oportunidade de ouvir a sociedade e refletir sobre a atuação do MPPE; ouvir possíveis críticas da população e gerar novas soluções conjuntas. É importante conscientizar a sociedade civil e estimular debates com operadores jurídicos e sociais a respeito da prevenção e do combate desses crimes”, explicou o promotor de Justiça. Veja mais aqui

G1 – 11/12/2019

>Crianças e jovens cadeirantes escrevem livros sobre rotina de deficientes físicos no Rio

A rotina e as dificuldades de deficientes físicos foram temas de livros escritos por crianças e jovens cadeirantes que moram no Rio. Alguns narraram problemas com buracos em vias, mobilidade urbana e até falta de empatia no ambiente escolar. Cerca de 60 alunos da alfabetização especial e da pré-escola ao quinto ano do ensino fundamental foram desafiados a pensar sobre como transformar a cidade em um lugar melhor para todos. Alguns desses estudantes, além de cadeirantes, têm comprometimentos neurológicos que limitam a fala, escrita e compreensão e, por isso, precisaram de auxílio das mães e professores para escrever e desenhar o enredo das histórias. O estudante da alfabetização especial Carlos Alberto Vasconcelos, de 15 anos, contou a história de um menino que gostava de andar de ônibus, mas tinha obstáculos para sair de casa. O personagem representa o próprio aluno, que se depara com buracos nas ruas, ônibus lotados e locais sem rampas. “No livro, o meu filho conta a dificuldade do Dudu, que é um menino cadeirante, também como ele. Conta tudo que ele passa no transporte, como elevador ruim, motorista que não sabe acessar a rampa do ônibus”, disse Dulcimar Vasconcelos, mãe de Carlos. A diretora do Instituto Irajá, Anna Paula Araújo, acredita que a produção dos livros funcionou como um instrumento de empatia com os jovens cadeirantes. “O projeto do livro autoral deu a cada aluno a oportunidade de transformar um sentimento em uma história e, assim, poder compartilhá-lo, ampliando o seu alcance e seu poder de sensibilizar e mobilizar as pessoas. As temáticas de respeito às diferenças, inclusão e acessibilidade foram quase unanimidade entre todos os alunos participantes, mostrando que essa convivência despertou a empatia e a reflexão sobre nosso papel nas transformações que desejamos”, destacou Anna Paula. Saiba mais aqui

O Globo – 11/12/2019

>Artes e esportes têm impacto decisivo na primeira infância

Artes e esportes aliados à educação têm impacto decisivo no desenvolvimento de crianças , ao gerar níveis de reflexão, coordenação e persistência que uma rápida abordagem pedagógica não resolve. É o que mostra um estudo apresentado nesta quarta-feira em São Paulo pelo economista Flávio Comim, professor nas Universidades de Ramon Llull (Barcelona) e de Cambridge. Comim e uma equipe de pesquisadores se debruçaram sobre relatórios e experiências que evidenciam o papel das artes e dos esportes no desenvolvimento integral de crianças , principalmente na chamada primeira infância, que vai do nascimento aos seis anos, quando o cérebro atinge um ápice de atividade e capacidade de aprendizado. O estudo destaca que não deixa de ser coincidência que essas áreas sejam justamente as menos prestigiadas por uma "visão produtivista da educação", presente em grande parte do debate da política educacional no país - mas que estão entre as que as crianças mais gostam. "São áreas importantes não porque vão melhorar as notas em matemática ou português, mas porque dão significado, promovem uma visão de ser humano", diz Comim, que participou do “Ciclo de debates em gestão educacional”, organizado pelo Itaú Social. Com base no que a literatura especializada diz sobre a relação entre essas áreas e o desenvolvimento integral com foco nas crianças, os pesquisadores elencaram várias razões pelas quais as artes devem ser reconhecidas como estratégicas. Entre elas, o fato de que é um mundo que vai além de uma questão instrumental, e porque ele é o mais adequado para o mundo de hoje e do futuro. Isso porque são várias as habilidades desenvolvidas com as artes. O estudo destaca da melhora do raciocínio espacial-temporal ao entendimento sobre o comportamento e narrativa humanos, além de ajudar no aprendizado sobre persistência, autoconfiança e desenvolvimento social. Um dos maiores benefícios no caso dos esportes, destaca o estudo, é a noção de que desenvolvimento motor e neurológico caminham juntos. E os esportes, ressalta a pesquisa, não só têm impacto sobre o desenvolvimento motor como também sobre o cognitivo, além de melhorar a cooperação e a capacidade de resolução de conflitos, autonomia, capacidade de liderança, promoção de valores etc. Influenciam, ainda, a condição de estresse, que também afeta crianças. Confira mais aqui

Senado Notícias – 11/12/2019

>Biênio da Primeira Infância do Brasil será em 2020 e 2021, aprova Senado

O Plenário do Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (11) o Projeto de Lei (PL) 2.721/2019, que institui os anos de 2020 e 2021 como o Biênio da Primeira Infância do Brasil, com o objetivo de alertar sobre a importância do desenvolvimento infantil nos primeiros anos de vida. O projeto segue agora para sanção presidencial. De autoria dos deputados Paula Belmonte (Cidadania-DF) e Idilvan Alencar (PDT-CE), a proposta busca incentivar a promoção de ações específicas do poder público em parceria com entidades médicas, universidades, associações e sociedade civil. Trata também da organização de palestras, eventos e treinamentos, com o objetivo de informar a sociedade sobre a importância da atenção e cuidados na primeira infância. O texto destaca atividades a serem promovidas no biênio, como seminários e audiências públicas, publicações, premiação de estados e municípios por boas práticas de políticas públicas para promover o desenvolvimento infantil, e recomendações ao governo federal de políticas intersetoriais direcionadas à primeira infância. Relator do projeto, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou parecer favorável e lembrou que, segundo o ganhador do Prêmio Nobel de Economia James J. Heckman, países que não investem na primeira infância apresentam índices de criminalidade mais elevados, níveis menores de produtividade no mercado de trabalho e maiores taxas de gravidez na adolescência e de evasão no ensino médio. Alessandro registrou em seu relatório que, em 2020, o Estatuto da Criança e do Adolescente completará 30 anos de existência. Leia mais aqui

O Povo – 11/12/2019

>Seminário internacional discute importância da intersetorialidade na primeira infância

A intersetorialidade tem se tornado um importante conceito ao se tratar de primeira infância no Ceará. “É a integração de todas as secretarias. É quando o [programa] Mais Infância se coloca na Secretaria da Educação, da Saúde, da Assistência. É esse momento de integração de todas as secretarias onde a mãe começa a cuidar do seu filho ainda na gestação”, explica a secretária da Educação, Eliana Estrela. A temática é a principal discussão do Seminário Internacional Intersetorialidade na Primeira Infância, que ocorreu no Centro de Eventos de Fortaleza durante toda esta quarta-feira, 11. “No seminário, o ponto chave é exatamente essa intersetorialidade, que aqui no Ceará nós temos dado passos muito importantes no sentido de torná-la cada vez mais uma realidade”, comenta Izolda Cela, vice-governadora. O exemplo dado por Izolda é o programa Mais Infância, criado em 2015. Através dele, foi possível ter um diagnóstico da situação do Ceará quanto às necessidades da infância e realizar a criação de ações voltadas para o segmento. No Ceará, pelo menos 47 mil famílias estão sendo acompanhadas pelo programa, segundo Onélia. Outro projeto lembrado no seminário é o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Infantil (Padin), criado em 2014. Ele funciona com visitas de Agentes de Desenvolvimento Infantil (ADI) em casas com crianças pequenas. “Cada mês a gente trabalha com uma temática. Tem mês que a gente fala da questão da alimentação saudável, sobre a questão da segurança, acidentes domésticos. São pequenas coisas que muitas mães não têm esse conhecimento”, conta David Nascimento, supervisor do programa no município de Tururu. A visita leva em torno de 50 minutos, momento em que as agentes levam brincadeiras, orientações e conversas sobre participação do pai na infância das crianças. “A criança, nessa primeira infância, é quando ela vai começar a aprendizagem, aquilo que está no cognitivo dela e que pode ser mais ainda trabalhado. Então, cada investimento, cada ação que for feita por gestores, pela sociedade, vai fazer com que essa criança possa se desenvolver cada vez mais”, explica Alice Tavares, professora e atual secretária da Educação do município de Mauriti. Veja mais

O Pantaneiro – 11/12/2019

>Crianças internadas puderam viver infância no projeto Brinquedoteca Hospitalar

As crianças em tratamento, que exige internação prolongada, puderam experimentar um pouco da “vida normal” neste segundo semestre do ano, graças ao projeto Brinquedoteca Hospitalar, realizado por acadêmicos de pedagogia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) de Aquidauana. Segundo a professora do curso de psicologia, Helen Paola Vieira Bueno, o objetivo era atender as crianças que se encontravam internadas no hospital com atividades lúdicas, brincadeiras, jogos, leituras de livros e desenhos e pinturas, pois brincar é um direito da criança defendido por lei tanto na Constituição Federal como pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e deve ser assegurado tanto pela família, pela sociedade e pelo estado. “O brincar aguça a imaginação, exercitam a inteligência, estimula a autonomia, desenvolve a criatividade e a socialização entre tantas outras aprendizagens. E no ambiente hospitalar existem ainda outros fatores, pois o processo de internação hospitalar para a criança muitas vezes está ligado a dor e sofrimento. A brinquedoteca hospitalar tem o papel de diminuir a ansiedade frente a internação, amenizar o sofrimento da criança”, explica Helen. O primeiro desafio, para a equipe, foi encontrar um espaço para realizar as atividades dentro da ala de pediatria. Depois, realizaram uma campanha de arrecadação de brinquedos e materiais. “As atividades desenvolvidas foram desenhos, pinturas, jogos pedagógicos, contação de histórias infantis, uso livre dos brinquedos e atividades lúdicas realizadas pelos acadêmicos do curso de Pedagogia, procurando sempre atender as limitações de cada criança internada no hospital”, detalhou a professora. Para quem estava no projeto, quem mais aprendeu foram os acadêmicos, não as crianças. “Foi um grande aprendizado de empatia e com certeza inesquecível para o acadêmico de Pedagogia que teve a oportunidade de vivenciar essa experiência e para as crianças hospitalizadas e seus familiares”, concluiu Helen. Saiba mais aqui

G1 – 11/12/2019

>Ministério da Saúde aponta mais de dois mil casos de câncer infantojuvenil na Bahia nos últimos 6 anos

Mais de dois mil casos de câncer em crianças e jovens de até 19 anos foram registrados na Bahia entre 2013 e 2019, segundo dados do Ministério da Saúde. Ao todo, são 2.348 casos nos últimos seis anos. A pasta considera a situação alarmante e destaca que o balanço é parcial, já que só foram contabilizados casos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Pacientes de hospitais e clínicas particulares não estão incluídos. A Sociedade Brasileira de Pediatria alerta que, todos os dias, pelo menos 20 novos casos de câncer são diagnosticados no Brasil em crianças e jovens. O levantamento foi feito com base em dados do Ministério da Saúde. Para facilitar o diagnóstico, a Sociedade Brasileira diz que é importante visitar sempre o pediatra. "O mais importante é que ele seja detectado precocemente. Essa detecção precoce depende dessa criança ser acompanhada por um pediatra e ser vista de maneira sistemática, que é o ideal", explicou a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Luciana Rodrigues Silva. Foi assim que Erenilda Rodrigues descobriu a doença da filha, ainda no início. "Eu digo para todo mundo que é um conjunto. As professoras [da escola] me ajudaram muito, porque elas observaram que havia algo errado com minha filha. Eu também, que sempre observei, meu esposo, e a pediatra, que também foi uma grande profissional, que também não fechou os olhos para o que estava acontecendo, me encaminhou. Ela também foi de grande importância, entendeu?", disse Erenilda. Ainda segundo dados do Ministério da Saúde, o número de diagnósticos se mantém constante, com média de 335 por ano. Confira mais aqui

BBC Brasil – 10/12/2019

>'Por que o meu filho gosta de ver mil vezes o mesmo desenho?'

Logo ao acordar, Bruno, de quase três anos, invariavelmente pede para assistir ao desenho de Os Três Porquinhos. Depois, ele reencena a história com seus brinquedos, várias vezes por dia. Pedro, da mesma idade, adora ver os mesmos livros infantis de sua coleção, repetidamente. Ana Gabriela, de sete anos, chegou a pedir para ver o filme dos Detetives do Prédio Azul três vezes no mesmo dia. Pais, às vezes irritados de ter de ver os mesmos desenhos e repetir insistentemente as mesmas brincadeiras, muitas vezes se perguntam: por que as crianças ficam obcecadas por alguns objetos, personagens e histórias? Será que elas não cansam? "As crianças aprendem e consolidam a informação por meio da repetição. Elas precisam de diversas reproduções para realmente aprender - na primeira vez que veem um desenho, por exemplo, vão prestar atenção às cores; na quarta vez talvez foquem sua atenção na história, na linguagem ou no arco narrativo", explica à BBC News Brasil Rebecca Parlakian, diretora-sênior de programas da organização americana Zero to Three, que promove políticas voltadas a crianças de zero a três anos. "É assim que as crianças vão consolidando seu entendimento em uma coisa única." "Para nós, adultos, é uma repetição. Para elas, crianças, é uma reelaboração", diz Patricia Corsino, professora-associada da Faculdade de Educação da UFRJ e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Infância, Linguagem e Educação da universidade. "Isso se manifesta também nas brincadeiras de ir e voltar, nos pedidos de 'de novo' aos adultos quando eles fazem algo que agrada as crianças", explica a professora. "Nem sempre isso é feito pelos mesmos motivos por cada uma delas, mas o objetivo costuma ser o de se apropriar daquilo ou de buscar o afeto que sentiram (durante a brincadeira), para elas entenderem a si próprias dentro deste mundo tão complexo." Leia mais aqui