Clipping nacional RNPI | 03 - 09 de abril de 2020

Agência Brasil – 06/04/2020

>ONU pede proteção a mulheres e crianças vítimas de violência doméstica

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um apelo global para que se protejam mulheres e crianças "em casa", desprotegidas pelo confinamento provocado pela pandemia da covid-19 que exacerba a violência doméstica. António Guterres pediu o estabelecimento de "sistemas de alerta de emergência em farmácias e lojas de alimentos", os únicos locais que permanecem abertos em muitos países. "Devemos garantir que as mulheres possam pedir ajuda de maneira segura, sem que os que as maltratam percebam", afirmou. "A violência não se limita ao campo de batalha", disse Guterres num vídeo em inglês, com legendas em francês, árabe, espanhol, chinês ou russo. Ele elmbrou o apelo recente para um cessar-fogo em todos os teatros de guerra para melhor combater a doença. "Infelizmente, muitas mulheres e crianças estão particularmente em risco de violência exatamente onde deveriam ser protegidas. Nas suas próprias casas. É por isso que hoje apelo por uma nova paz em casa, nas casas, em todo o mundo", afirmou o secretário. "Nas últimas semanas, à medida que as pressões econômicas e sociais pioraram e o medo aumenta, o mundo vive um surto horrível de violência doméstica", disse. "Peço a todos os governos que tomem medidas para prevenir a violência contra as mulheres e forneçam soluções para as vítimas, como parte dos seus planos de ação nacional contra a covid-19", acrescentou António Guterres. Confira mais aqui

Folha de S. Paulo – 09/04/2020

>Refeição das crianças pode ser um fator de ansiedade para pais

A comida das crianças é mais um fator de ansiedade para os pais durante a pandemia do coronavírus —maior para os que podiam contar até a crise com refeições na escola ou os serviços de uma cozinheira. Mas, segundo a pediatra e nutróloga Giuliana Taralli, não é hora de estressar muito com isso. “Em períodos de grande instabilidade, ainda mais nesse momento de isolamento social, as regras de nutrição podem — e devem — ser relaxadas”. Mais importante é fazer da refeição um momento agradável, leve e em família. “Tudo bem se não deu tempo de preparar uma comida perfeitamente saudável e a criança vai comer arroz com ovo pelo segundo dia seguido. Forçá-la a comer algo que ela não quer só faz aumentar a ansiedade, o grande vilão da alimentação saudável.” A especialista em nutrição pediátrica Elaine Bento, no entanto, alerta para um problema que tem crescido muito na infância no Brasil, a obesidade infantil. “Com a criança afastada das suas atividades, isso tem um impacto no seu balanço energético, e se ela comer muito mais do que gasta a energia será acumulada.” A família da jornalista Lígia Carvalhosa, mãe do Theodoro, de seis anos, e da Martina, de quatro, tem feito as três refeições do dia juntos. Antes, só conseguiam tomar o café da manhã os quatro ao mesmo tempo. "É o momento em que nós nos desconectamos das demandas de trabalho, deixamos o celular longe e ficamos só nós”, diz ela. Na casa de Lígia o cardápio não mudou tanto, só o macarrão e os doces que foram mais liberados, mas quase todas as refeições têm saladas “e frutas o dia inteiro”. Elaine Bento, a especialista em nutrição pediátrica, também mãe de dois filhos pequenos, Lucas, de seis anos, e Lorenzo, de três, sugere envolver as crianças nas preparações das refeições. “O simples fato de quebrar um ovo ou misturar ingredientes pode ser uma descoberta incrível que faz com que a criança se aproxime do alimento”, afirma. O mais importante, na visão de Elaine, é ser o exemplo. Leia mais aqui

Correio Braziliense – 08/04/2020

>BH tem aumento de casos de abandono de bebês nas últimas semanas

O aumento dos casos de abandono de bebês em Belo Horizonte, que registrou quatro ocorrências do tipo nas últimas três semanas, preocupa a desembargadora Valéria Rodrigues, responsável pela Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (COINJ). Para ela, o crescimento de ocorrências de aborto e abandono tem a ver com a falta de orientação das mães sobre as possibilidades de entrega legal da criança e é uma triste coincidência com o surto de coronavírus. Apesar de o alto número coincidir com o período de quarentena e de aumento da convivência intrafamiliar, a desembargadora não vê relação entre os fatos. Além disso, ela reforça que não há ilegalidade em entregar a criança durante esse período e que a Justiça não parou de trabalhar. Segundo a desembargadora, há muitas gestantes carentes ou impossibilitadas de cuidar do filho ou filha que temem ser presas por abandono de incapaz e, por esta razão, não entregam as crianças para a adoção. Entretanto, a entrega voluntária ao Juizado da Infância e Juventude não é mais enquadrada como atitude criminosa. “Elas têm medo de ser julgadas, por isso preferem o anonimato”, afirma. Para mudar essa situação, o Programa Entrega Legal, conduzido pelo coordenadoria, procura ajudar essas mães a encontrar uma moradia para as crianças. “A entrega legal concretiza o direito fundamental à vida, pois inibe o aborto, tráfico de crianças e adoções ilegais, inegavelmente uma realidade social”, completa. Veja mais aqui

Senado Notícias – 07/04/2020

>Proposta garante auxílio financeiro para alimentação de crianças da rede pública de ensino

Como medida para evitar carência alimentar no período de suspensão das aulas ocasionadas pelo coronavírus, as crianças regularmente matriculadas em instituições públicas de educação infantil poderão receber auxílio financeiro para fins de alimentação. O Projeto de Lei (PL) 1.281/2020, da senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), garante o auxílio para alimentação de crianças durante a emergência de saúde pública causada pela Covid-19 por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Pelo texto, o auxílio financeiro às famílias será mensal e calculado a partir do valor per capita diário definido para o período correspondente à calamidade pública. Destinado aos estados, municípios e ao Distrito Federal, a contribuição terá sua implementação acompanhada pelo Conselho de Alimentação Escolar (CAE). O Pnae é um programa federal que suplementa as atividades de educação por meio de ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições que cubram as necessidades nutricionais dos alunos durante o período letivo. Em sua justificativa, Rose ressalta que o orçamento do programa ultrapassa R$ 4 bilhões e atende a 42 milhões de alunos de toda a educação básica. De acordo com dados apresentados por Rose, 9 milhões de brasileiros entre zero e 14 anos vivem em situação de extrema pobreza. Alem disso, ela aponta que em 2017 havia 207 mil crianças menores de 5 anos padecendo de desnutrição grave no Brasil. Para ela, esse quadro de insegurança alimentar, que já vinha se agravando, piorou ainda mais nas últimas semanas em função da pandemia, que obrigou creches e escolas a fecharem. Saiba mais aqui

Rede Brasil Atual – 07/04/2020

>Auxílio-alimentação: crianças que ficaram sem vaga em escola são excluídas

Cerca de 300 crianças de 6 anos que ficaram sem vaga na primeira série da rede municipal de educação este ano em São Paulo, por falta de planejamento do governo do prefeito Bruno Covas (PSDB), também foram excluídas do benefício de auxílio-alimentação que a prefeitura criou para atender as crianças mais vulneráveis socialmente, que dependem da merenda escolar para completar a alimentação. Mães dos estudantes relatam que chegaram a fazer uma matrícula no Centro Educacional Unificado (CEU) Alvarenga, em 17 de fevereiro, mas agora descobriram que os filhos não estão matriculados. “É uma injustiça. Se eles estão preocupados com as crianças que estão com dificuldade para se alimentar, cadê a preocupação com meu filho? Ele está fora da escola por causa de erro da prefeitura. Eu liguei na Diretoria Regional de Educação e me disseram que as crianças não teriam direito ao auxílio alimentação por não estarem matriculadas. Eu questionei, disse que eles não estão matriculados não é por culpa dos pais. Os pais colocaram os filhos na escola, meu filho, até o ano passado, estava estudando e esse ano não está por culpa da prefeitura”, afirmou Ana Paula de Jesus Santos, que está desempregada e tem três filhos. O governo Covas iniciou a distribuição do auxílio-alimentação para 273 mil estudantes da rede municipal de educação na última quinta-feira (2). A proposta é atender crianças que deixaram de receber a merenda escolar devido à suspensão das aulas por causa da pandemia de coronavírus. Alunos de creches receberão R$ 101 por mês. Estudantes do ensino infantil R$ 63 e, do ensino fundamental, R$ 55. Os cartões podem ser usados em 40 mil supermercados e os créditos serão renovados uma vez ao mês, enquanto as aulas estiverem suspensas. Os pais relatam que desde dezembro tentam uma solução para a falta de vaga das crianças na primeira série. Todas elas frequentaram Escolas Municipais de Ensino Infantil (Emeis) no ano passado, mas não tiveram a vaga garantida este ano. A prefeitura não se manifestou sobre a exclusão das crianças que estão sem vaga. Confira mais aqui

G1 – 07/04/2020

>Coronavírus: Campinas reintegra 43 crianças e adolescentes aos grupos familiares

Campinas (SP) anunciou nesta terça-feira (7) que permitirá que 43 crianças e adolescentes, atualmente alocados em abrigos e casas lares, sejam reintegrados aos grupos familiares como forma de diminuir a circulação de pessoas nos espaços de acolhimento, além de proteger as crianças diante da pandemia do coronavírus. A ação ocorre em conjunto com Ministério Público e Vara da Infância e da Juventude. De acordo com a administração municipal, os 43 atendidos em processo de reintegração foram indicados pelos gestores dos serviços de acolhimento e só poderão sair depois da autorização judicial. Até o momento, foram expedidas 17 autorizações da Justiça. De acordo com a prefeitura, das 17 guardas excepcionais expedidas pela Vara da Infância e da Juventude, sete foram para família de origem/extensa; uma para rede socioafetiva e cinco para funcionários. Os outros 18 casos abrangem participantes do serviço Acordar de Apadrinhamento Afetivo, executado pela Associação de Educação do Homem do Amanhã (Aehda), onde padrinhos concordaram em receber as crianças e adolescentes em suas casas durante o período de isolamento social. Segundo a nota divulgada pela gestão municipal, o retorno das crianças e adolescentes já tinha parecer favorável para reintegração familiar e teve o processo agilizado pelo Poder Judiciário diante do avanço do coronavírus. Atualmente, Campinas possui cerca de 380 crianças e adolescentes em acolhimento. Leia mais aqui

ONU Brasil – 06/04/2020

>Trabalhadoras e suas famílias precisam de mais apoio na resposta à COVID-19

À medida que a pandemia do novo coronavírus continua o seu crescimento exponencial, uma nota técnica de Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e ONU Mulheres sobre políticas voltadas para a família e outras boas práticas no local de trabalho no contexto da COVID-19 mostra que é essencial apoiar as trabalhadoras e suas famílias, de forma a minimizar as consequências negativas para as crianças. “As consequências da pandemia – perda de empregos, estresse prolongado e deterioração da saúde mental – serão sentidas pelas famílias nos próximos anos”, diz Pia Rebello Britto, chefe de desenvolvimento da primeira infância do UNICEF. “Para as crianças mais vulneráveis, a ausência de sistemas adequados de proteção social exacerba sua exposição à crise.” Nas novas recomendações preliminares divulgadas, em 30 de março, o UNICEF insiste para que as empresas considerem o impacto de suas decisões de negócios sobre as trabalhadoras e suas famílias e apoiem a proteção social sempre que possível. O UNICEF e a OIT também pedem aos governos que fortaleçam medidas de proteção social, especialmente para famílias vulneráveis, inclusive apoiando os empregadores a continuar fornecendo trabalho e renda e garantindo apoio financeiro às pessoas que perdem seus empregos. “O diálogo social – consulta e colaboração entre governos, trabalhadores, trabalhadoras e empregadores, empregadoras – é essencial. Para que as respostas sejam eficazes e sustentáveis, elas precisam ser construídas com base na confiança e em uma ampla gama de experiências ”, disse Manuela Tomei, diretora do Departamento de Condições de Trabalho e Igualdade da OIT. A COVID-19 impõe ainda mais ônus às mulheres em casa, enquanto as expõe a uma maior insegurança de renda e ao aumento dos níveis de violência doméstica. Segundo a ONU Mulheres, é necessária uma abordagem coordenada e centrada nas pessoas. Políticas e práticas voltadas para a família, incluindo emprego e proteção à renda, licença remunerada para cuidar de pessoas da família, acordos de trabalho flexíveis e acesso a cuidados infantis de emergência e de qualidade podem fazer uma diferença crítica. Veja mais aqui

G1 – 06/04/2020

>'Pais Atípicos': livro digital ensina atividades para crianças especiais em quarentena

As fisioterapeutas Marina Costa, de 26 anos, e Ana Letícia de Souza, de 31 anos, escreveram um livro digital gratuito com orientações de exercícios voltados para crianças especiais que estão em quarentena – devido à pandemia do novo coronavírus. O conteúdo de "Pais atípicos" pode ser acessado pela internet. Moradora do Distrito Federal, Marina contou ao G1 que a ideia surgiu antes do aumento de casos da Covid-19, por sentir a necessidade de criar conteúdos para ajudar os pais que têm crianças com qualquer disfunção neurológica, para que eles sejam acolhidos e entendam sobre o mundo da reabilitação. “Eu via a necessidade de ajudar os pais, de entregar conteúdo, porque eles ficam muito perdidos, não entendem sobre o mundo da reabilitação.” No entanto, a fisioterapeuta explica que, com a disseminação do coronavírus, percebeu a urgência de colocar o projeto em prática já que as clínicas de fisioterapia foram fechadas. “Nós fizemos um e-book com várias orientações de atividades que os pais podem fazer com as crianças", conta. De acordo com Ana Letícia, o livro foi produzido em menos de duas semanas e publicado no dia 25 de março. A fisioterapeuta explica que ela e a amiga de profissão descreveram as atividades de forma didática para que não houvesse dúvidas dos pais. “A gente tentou graduar em cada postura, cada estímulo do mais fácil ao mais difícil, descrevendo as opções que os pais têm e com figura”, afirma. O livro apresenta ainda estímulos de cabeça, tronco e de pé para serem feitos nas crianças. Marina ressalta que o livro oferece a oportunidade de não deixar a criança completamente parada em casa, porque o período de inatividade pode causar perdas motoras. “É um tempo realmente perdido e, que às vezes, eles [pacientes] perdem grande parte do trabalho que demorou meses para conseguir alcançar.” Saiba mais aqui

Gazeta do Povo – 06/04/2020

>Apesar da Covid-19, matrículas de crianças acima de 4 anos são obrigatórias, diz Sinepe-PR

Em meio à pandemia do novo coronavírus, a paralisação das atividades econômicas e a suspensão de aulas, muitas famílias tentam renegociar mensalidades ou mesmo tirar seus filhos da escola. Entretanto, é preciso lembrar que a matrícula de crianças a partir de 4 anos é obrigatória e por isso não é permitido quebrar esse vínculo, orienta o Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR). O vínculo das crianças de 0 a 3 anos também precisa ser mantido, defende a entidade. “A pré-escola, que abrange as crianças de 4 e 5 anos, é uma etapa obrigatória. Não adianta a família querer tirar da escola, isso é proibido”, afirma a assessora pedagógica do Sinepe-PR, Fátima Chueire Hollanda. Atualmente, a rede pública de vários municípios, como Curitiba, e muitos estabelecimentos privados de educação infantil estão em recesso escolar, adiantando as férias de julho. Entretanto, a indefinição sobre a duração do isolamento social causa preocupação a gestores, pais e professores. No fim de março, o Conselho Estadual de Educação do Paraná (CEE-PR) aprovou uma deliberação permitindo o ensino não presencial no estado enquanto durar a quarentena por causa da disseminação da Covid-19. Seguindo alguns critérios, o ensino a distância pode substituir o período letivo regular, mas apenas para o ensino fundamental, médio e superior. A educação infantil, por suas características, ficou de fora da regulamentação. Por outro lado, todo o sistema de ensino no Brasil está desobrigado de ofertar os 200 dias letivos previstos na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) – mas será preciso cumprir ao menos 800 horas, conforme medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro. Confira mais aqui

G1 – 06/04/2020

>Com aulas suspensas, prefeituras criam sugestões de atividades para crianças da rede municipal

Para continuar o processo de aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes da rede municipal de ensino durante a suspensão das aulas, as prefeituras de Araraquara, Casa Branca, Itirapina, Motuca, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo, São Sebastião da Grama e Tambaú (SP) desenvolveram sugestões de atividades para as crianças durante a pandemia de coronavírus. As propostas buscam manter a relação entre escola, família e aluno enquanto o isolamento social for necessário para conter a disseminação da Covid-19. Por meio de atividades cotidianas, jogos on-line e leitura, os jovens aprendem o conteúdo tradicional das disciplinas. A Secretaria Municipal da Educação de Araraquara deixou disponível no site da prefeitura o conteúdo digital desenvolvido para os alunos do ensino fundamental. Com o auxílio dos familiares, as crianças e adolescentes podem acessar materiais didáticos de disciplinas regulares, plataformas de ensino gratuitas e jogos educativos. A Prefeitura de Casa Branca lançou no dia 25 de março o programa Casa Escola com o objetivo de manter a rotina de atividades escolares durante o período de quarentena. As propostas para a educação infantil e o ensino fundamental são divulgadas de terça e sexta-feira nos canais oficiais da prefeitura. As famílias dos alunos da rede pública municipal de São João da Boa Vista têm sido orientadas pelo Departamento de Educação a estimular as crianças para que elas não fiquem ociosas no período de quarentena. No site da prefeitura há uma lista com 10 sugestões de ações diárias que podem incentivar hábitos de leitura, escrita, organização e relacionamento interpessoal. Na mesma página, estão os materiais desenvolvidos com inspirações de atividades para as crianças do ensino infantil e creche. Leia mais aqui

GaúchaZH – 05/04/2020

>Quarentena em SP reduz dieta de crianças na periferia a arroz

A fome se espalhou antes que o coronavírus pela periferia de São Paulo. Crianças acostumadas com até cinco refeições por dia na escola -hoje paralisadas devido à quarentena- têm dietas pobres que podem se resumir a arroz puro. Ao mesmo tempo que as aulas pararam, os pais dessas crianças, muito autônomos sem carteira assinada, perderam renda. Agora, passam o dia ouvindo pedidos dos filhos que não conseguem atender, de iogurte a uma simples maçã. As medidas de isolamento, indicadas por especialistas para diminuir a curva de transmissão do coronavírus, foram mais ágeis que as ações de ajuda aos pobres. A reportagem percorreu e conversou com moradores de todas as regiões da capital, e encontrou vários casos de pessoas que tiveram diminuição brusca na alimentação, afetando principalmente a dieta das crianças. No Jardim Papai Noel, em Parelheiros (extremo sul), o baque foi sentido desde o dia 23, quando escolas pararam. Depois, foi a vez do comércio e de outros estabelecimentos. Sem renda fixa, Rosangela da Silva, 36, se viu com mais cinco bocas, que antes faziam as refeições na escola, para alimentar. Ela mora na parte mais pobre de um bairro paupérrimo, em um barraco de madeira com chão de terra, onde só se chega por uma trilha. Os filhos dela, o mais novo com três anos, sentiram a mudança na alimentação. Diego, 7, enumera o que sente mais falta na escola: primeiro, o jogo de pebolim; depois, melancia, bolo, carne moída, pão com manteiga, tudo que não tem em casa. A geladeira está praticamente vazia, com uma panela de arroz, leite e um pote de margarina. Recentemente, Rosângela conseguiu comprar arroz e feijão. Mas nada de verduras, legumes, frutas, carne ou outra proteína animal. "Às vezes a gente arruma algum pão dormido na padaria", diz ela. Na quarta-feira (1º), foi vender chicletes próximo do Terminal Varginha, em Parelheiros. Após algumas horas no canteiro central, conseguiu alguns mantimentos e um pouco de dinheiro. A comida que conseguiu será feita num fogareiro improvisado com álcool, já que o gás acabou. Veja mais aqui

G1 – 05/04/2020

>Crianças com zika congênita ficam sem tratamento em isolamento social: 'perturbador', diz mãe

Os principais locais que disponibilizam atendimento e tratamento para crianças com microcefalia em João Pessoa suspenderam as atividades desde o anúncio de isolamento social pelo Governo do Estado. O principal motivo é que a maioria das crianças acabam se tornando grupo de risco porque possuem problemas respiratórios. Camila Raquel é mãe de Maria Lys, com quatro anos, e teme que a evolução da filha seja retardada. “Estou com um medo tão grande que isso não sai da minha cabeça”, revela. A rotina de Lys sempre foi muito corrida em relação aos tratamentos. Atualmente ela estava fazendo equoterapia na Associação Paraibana de Equoterapia (Aspeq), fisioterapia no Centro de Tratamento Júlia Mikaelle, hidroterapia no Centro Universitário de João Pessoa (Unipê) e fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia na Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad). Todos esses serviços, segundo Camila, foram suspensos. Segundo a cordenadora do Programa de Atenção Integrada à Criança com Microcefalia por zika vírus do Unipê, Sheva Castro, as crianças não fazem parte do grupo de risco, mas elas têm outras comorbidades associadas. "Muitas crianças se internam por pneumonia de repetição, ou seja, elas têm uma facilidade de broncoaspirar. De repente, é possível, diante do vírus, que o quadro clínico dessas crianças com microcefalia se agrave” explica. O problema não era apenas as crianças estarem, de certa forma, enquadradas em um quadro de risco. No caso de Camila, e da maioria das mães, é preciso pegar ônibus para ir até os atendimentos. E, em João Pessoa, a circulação dos transportes coletivos está suspensa desde o dia 21 de março. A maior preocupação de Camila é que todas as consequências causadas pela pandemia do coronavírus demorem a passar, como a suspensão dos ônibus, dos serviços e dos tratamentos da filha. “Minha preocupação é que atrase o desenvolvimento dela. Por mais que eu faça alguns exercícios em casa, não é a mesma coisa que os profissionais”, relata. Saiba mais aqui

Agência Brasil – 04/04/2020

>Isolamento impõe desafios a pais separados com guarda compartilhada

João Daniel de Souza Carvalho, 37 anos, não vê o filho de seis anos há três semanas. Dispensado do trabalho, ele hoje mora com o pai, que tem 70 anos e problemas pulmonares. Para proteger o idoso do novo coronavírus, combinou com a ex-esposa que a criança ficará com ela enquanto durar as medidas de isolamento no Distrito Federal, onde residem. O medo de João Daniel é que o filho ou ele possam se contaminar sem saber, por não apresentar sintomas. Para não correr o risco de carregar o vírus até o avô do garoto, ele conta que a ex-mulher concordou, apesar da relutância inicial, em dar uma pausa no acordo de guarda compartilhada, segundo o qual o pai ficaria com a criança em fins de semana alternados e todas as quartas-feiras. Mas nem todos tem a sorte de uma solução amigável. Michele Santos, de 41 anos, considera mais saudável, tomadas todas as precauções, o revezamento entre os pais. Ela e o ex-marido, entretanto, ainda não alcançaram um acordo de guarda compartilhada na Justiça. Com o isolamento, um conflito que já se arrastava piorou, e agora ambos encontram dificuldade para conciliar a divisão no cuidado com os filhos de nove e três anos. De fato, o contexto atípico da pandemia não costuma estar previsto em nenhuma negociação de guarda ou convivência. Por essa razão, “a gente tem visto uma maior movimentação dos pais sem saber como lidar com essa situação”, disse a advogada Renata Cysne, especialista em direito da família e integrante do Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBDFam). “É claro que para o antigo casal que já tinha uma situação muito litigante e aguerrida, a tendência é que se agrave”, acrescentou a defensora. Complica o cenário o fato de que todos os estados e o Distrito Federal adotaram a suspensão de aulas como modo de reduzir a disseminação do novo coronavírus, o que faz com que crianças e adolescentes fiquem o tempo inteiro em casa. Confira mais aqui

Diário do Nordeste – 04/04/2020

>De monstro a bichinho: o coronavírus pelo olhar das crianças

No cenário de pandemia do coronavírus, os adultos enfrentam o desafio de dialogar com as crianças e explicar o que é a doença que vem afetando o mundo, qual seus riscos e as formas de se proteger. Monstro, bolinha ou bichinho. São muitos os nomes ditos para definir o vírus que mudou a rotina de pessoas ao redor do mundo. É justamente na mudança de rotina que as crianças conseguem perceber de uma forma mais concreta esse "inimigo invisível". Vivendo no isolamento social, deixar de passear, ir à escola e encontrar pessoas queridas são "penalidades" causadas pelo medo de adoecer pelo vírus. "Se alguém pegar na mão, vai morrer. Não pode sair de casa porque tem o coronavirus. Não pode sair pro parque de diversão, nem pro circo do Patatí Patatá...", explica Maria Clara Magalhães, 4 anos, muito consciente do isolamento social. Ela também aponta que para não adoecer, é preciso reforçar a higiene. Para Amanda da Silva, 6 anos, é preciso permanecer em casa para se proteger, mas é inevitável sentir saudade de sua rotina antes da quarentena. "É uma doença muito forte e pode até matar. Sinto falta de brincar com as colegas na escola, mas gosto de ajudar a mamãe, varrer a casa e brincar com meus irmãos", diz a pequena resiliente. O distanciamento é outro ponto sentido para as crianças. Não poder tocar, nem mesmo conviver com outras pessoas deixa a rotina ainda mais diferente. Cícero Lucas, 6 anos, sentiu muita dificuldade em deixar de abraçar os entes queridos, principalmente o pai, que passou 7 dias isolado no quarto até receber o resultado negativo do exame da Covid-19. Quando o resultado saiu e a família pôde, enfim, estar junta, a mãe de Lucas, Renata Brazil, 38 anos, percebeu o quanto ele havia ficado com saudade. "Me senti triste por ficar longe e só com a mamãe", comenta o pequeno. Leia mais aqui

A Tribuna – 04/04/2020

>Reforce cuidados em casa e evite acidentes com idosos e crianças em isolamento

O isolamento social das famílias durante a pandemia de Covid-19 tem o objetivo de brecar a rápida disseminação do vírus e o colapso do sistema de saúde. Por isso, neste momento, é importante ficar atento aos perigos dentro de casa e evitar acidentes, principalmente entre crianças e idosos. “Hoje nossa grande preocupação é evitar acidentes porque faltam leitos e uma ida ao hospital pode significar o aumento das possibilidades de contágio. Então, temos que tomar cuidado”, afirma Eduarda Marsili, gestora de projetos e políticas públicas da ONG Criança Segura. A primeira ação a ser tomada neste período é fazer um verdadeiro pente-fino na própria residência, identificando possíveis armadilhas. “No caso das crianças menores, verificar, por exemplo, se há brinquedos quebrados que possam soltar peças capazes de causar sufocamento”. Marsili alerta que é importante, também, retirar móveis de perto de janelas. Isso evita que os pequenos possam escalas e se arriscarem em uma queda. “Sabemos que é difícil porque muitos pais estão em home office, mas é preciso supervisão. Na hora da alimentação, é fundamental que as crianças sejam acompanhadas por conta do engasgo”. Segundo a gestora, alimentos como uva e tomate cereja devem ser cortados e para as crianças que comem com as mãos, principalmente legumes, é importante que eles sejam bem cozidos. As atenções redobradas devem ser também com os idosos que estão em casa. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), um terço das pessoas acima e 65 anos sofre, a cada ano, pelo menos uma queda. Por isso, eliminar possíveis armadilhas faz toda diferença. Um estudo divulgado pela própria SBGG mostra que iluminação insuficiente nos cômodos, superfícies irregulares, pisos escorregadios, objetos espalhados na área de circulação, tapetes soltos, móveis instáveis, camas altas, sofás, cadeiras e vaso sanitário baixo e prateleiras de difícil alcance são situações que os colocam em risco. Veja mais aqui

Exame – 03/04/2020

>Rio tem 12 crianças com menos de nove anos infectadas com coronavírus

A cidade do Rio já possui 12 crianças entre 0 e 9 anos infectadas com coronavírus. De acordo com o painel da Secretaria Municipal de Saúde, a média de idade é de 1,3 anos, o que indica que grande parte são bebês. Delas, seis são meninos e as outras as outras meninas. A Barra da Tijuca concentra o maior número de casos, tendo três confirmados. Em Botafogo duas crianças já foram diagnosticadas. Em, Ipanema, Freguesia, Leme, São Cristóvão e Paciência foram registrados um paciente em cada. Uma criança mora fora da capital também foi diagnosticada na rede municipal e outra ainda não teve os dados de residência atualizados na plataforma da prefeitura. Entre os jovens e adolescentes de 10 a 19 anos, oito já foram diagnosticados com a covid-19. A média de idade deles é de 14,4 anos e são moradores da Barra da Tijuca, Ipanema, Lagoa, Jardim Botânico e Gávea. Segundo o infectologista e pediatra Marco Safadi, os casos de coronavírus em crianças costumam ser mais brandos. O médico, que atua em hospitais de São Paulo, já atendeu duas crianças infectadas com covid-19 com menos de um ano. Nos dois pacientes, Safid conta que foram preciso alguns dias de internação, mas a recuperação evoluiu bem. Safadi alerta que como muitas crianças estão em casa, os adultos podem ser os vetores de transmissão, já que alguns ainda trabalham e frequentam lugares com alta exposição, como mercados. Por isso ele recomenda a higienização logo após a chegada em casa. Ele orienta que os pais devem ficar atentos aos sintomas e procurar auxílio se perceberem o agravamento. “As crianças e bebês são grupos que têm mais chances de contrair infecções respiratórias. Elas podem também ser alvo de coinfecções, pegando outro vírus da gripe também, que pode agravar algum caso. Se ela estiver com uma febre contínua, se cansar na hora de mamar, por exemplo, pode ser o momento de procurar ajuda”, conta Safadi, que também é membro da Sociedade Brasileira de Pediatria. Segundo o infectologista Edimilson Migowski, que é mestre em pediatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, ainda é preciso ter um cuidado no contato das crianças com outras pessoas que não são residentes da mesma casa, já que elas podem ser assintomáticas e transmitir o vírus. Saiba mais aqui

O Globo – 03/04/2020

>STF amplia licença-maternidade para mães de bebês prematuros

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na última sexta-feira (3), ampliar o período de licença-maternidade para todas as mães de bebês prematuros que precisam de internação. A decisão, tomada no plenário virtual, estabelece que a licença só começa a contar oficialmente depois da alta da mulher ou do bebê, o que acontecer por último. Com isso, as mães desses bebês terão o direito de passar com os filhos em casa o mesmo tempo das demais trabalhadoras. A decisão foi tomada pelo relator do processo, ministro Edson Fachin, por liminar, em 12 de março. Agora, o plenário do STF confirmou o entendimento. De acordo com a decisão, a licença de 120 dias será ampliada pelo período necessário de internação. A Previdência Social arcará com os custos extras. Nos casos em que as empresas precisam complementar o benefício, elas também vão precisar pagar o valor adicional correspondente ao período da internação. A decisão foi tomada a partir de uma ação do partido Solidariedade. Na liminar, Fachin ponderou que, mesmo quando há convívio entre a mãe e o recém-nascido no hospital, é apenas depois da alta que a relação familiar começa. “A alta é o momento aguardado e celebrado e é esta data, afinal, que inaugura o período abrangido pela proteção constitucional à maternidade, à infância e à convivência familiar”, escreveu. “O período de internação neonatal guarda as angústias e limitações inerentes ao ambiente hospitalar e à fragilidade das crianças. Ainda que possam eventualmente amamentar e em alguns momentos acolher nos braços seus filhos, é a equipe multidisciplinar que lhes atende, de modo que é na ida para casa que os bebês efetivamente demandarão o cuidado e atenção integral de seus pais, e especialmente da mãe, que vivencia também um momento sensível como é naturalmente, e em alguns casos agravado, o período puerperal”, anotou o relator. Confira mais aqui

Jornal da Manhã – 03/04/2020

>Sistema detalha estatísticas da adoção e do acolhimento no Brasil

As casas de acolhimento e instituições públicas abrigavam em 26 de março de 2020, 34.820 crianças e adolescentes. Mais de 60% são adolescentes e a divisão entre os gêneros é quase idêntica. Os dados constam do novo painel on-line do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), implantado nacionalmente em 2019. As estatísticas estão disponíveis para toda população por meio do portal do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em Minas Gerais, são 3.717 crianças acolhidas, 571 estão disponíveis para adoção, 136 estão em processo de adoção. Na outra ponta da corda, existem 4.353 pretendentes disponíveis a adoção. A ferramenta foi lançada no dia 31 de março, na 307ª Sessão Ordinária do CNJ. O presidente do Conselho, ministro Dias Toffoli, destacou que o painel, dinâmico e intuitivo, vai facilitar a visualização dos dados sobre a situação de crianças e adolescentes em situação de acolhimento no Brasil. “Nos últimos dois anos, a partir de um trabalho desenvolvido pelo Comitê Gestor dos Cadastros Nacionais (CGCN), a concretização dos diretos infantojuvenis assumiu maior protagonismo, especialmente, em benefício das crianças e adolescentes em situação de maior vulnerabilidade.” O SNA nasceu da união do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) com o Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas (CNCA) e é regulamentado pela Resolução 289/2019 do CNJ. Pelo sistema, as varas de infância e juventude têm uma visão integral do processo da criança e adolescente desde sua entrada no sistema de proteção até a sua saída, quer seja pela adoção quer seja pela reintegração familiar. São os dados destes processos que foram unificados eletronicamente e agora são consolidados em tempo real. “Com o novo Sistema, é possível ter mais detalhes do perfil dos acolhidos e não apenas do perfil das crianças disponíveis para adoção, como tínhamos antes. Procuramos deixar os dados mais transparentes e fáceis de serem compreendidos por quem pesquisa essas informações”, explica a subcoordenadora do Grupo de Trabalho de Gestão dos Sistemas e Cadastros do CNJ, Isabely Mota. Leia mais aqui