08 de dezembro de 2020
ANUP anuncia os vencedores do I Desafio Universitário pela Primeira Infância
Em cerimônia virtual, a ANUP anunciou, no dia 1º de dezembro, as três equipes vencedoras do I Desafio Universitário pela Primeira Infância, durante transmissão realizada no Canal Anup Oficial pelo Youtube. Os projetos “Criança com deficiência (s) do nascimento aos três anos – implementação e avaliação de um Programa de Intervenção Precoce”, desenvolvido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, “Futurus Infância”, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, e “Assessoria Técnica ao Conjunto José Monteiro Sobral”, da Universidade Federal de Sergipe, foram os ganhadores entre os 10 finalistas. O evento organizado pela ANUP, em parceria com a fundação holandesa Bernard Van Leer, foi conduzido por Júlia Jungmann, Gerente de Responsabilidade Social da ANUP. Assista aqui.
As equipes vencedoras receberão o prêmio de 10 mil reais cada para implementar suas propostas no primeiro semestre de 2021. Além disso, elas receberão mentorias com especialistas da área e os projetos ainda serão publicados em português e espanhol pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação (OEI).
Durante a premiação, a professora Elizabeth Guedes, presidente da ANUP, se sentiu honrada e agradecida de estar na abertura do evento. Ela destacou que o ponto alto do Desafio são os professores e os alunos. “Sem vocês, a ANUP não existiria com o objetivo maior de lutar por melhores condições de educação no Brasil. Mesmo diante das dificuldades e do cenário atual de pandemia, vocês ainda encontram energia, motivação e alegria para trabalhar pela primeira infância, principalmente, em um país que valoriza tão pouco a cultura e a educação nacional”.
A psicóloga Cláudia Vidigal, representante da fundação holandesa Bernard Van no Brasil, lembrou do medo, que havia no início do Desafio, de como seriam as articulações entre os professores, alunos e as diversas áreas dentro das universidades para pensar soluções para as crianças pequenas. “Daí, veio a pandemia e tornou a articulação ainda mais difícil. Mas, percebemos que todo mundo foi além de cuidar da própria vida e família, saindo da zona de conforto e fazendo pequenas revoluções. Aliás é na universidade que isso acontece sob a liderança dos professores, que contam maturidade intelectual para fazer leituras críticas do que está acontecendo no mundo, e com a força da juventude que chega para estudar e liderar a pauta, mostrando que tem muito a dizer”, ressaltou.
Os jurados Gracia Fragala, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Allan Torres, da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), e Mariana, da Unesco, também participaram do evento. Eles fizeram suas considerações sobre os projetos e as mobilizações geradas entre professores, alunos, diversas disciplinas nas universidades, parceiros, municípios e comunidades locais ao longo de todo o Desafio.
Equipes vencedoras
A professora Marlene Rosek, representante do projeto vencedor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, destacou que a instituição se preocupa com a primeira infância há alguns anos, especialmente sob a perspectiva da inclusão. “Nossa equipe trabalhou muito nesse percurso para desenvolver essa ação de intervenção que é sempre social e acaba fomentando a própria inclusão socioeducacional. Esperamos que a solução possa de fato ser implementada e inspirar as políticas públicas”.
O objetivo do projeto “A Criança com deficiência (s) do nascimento aos três anos – implementação e avaliação de um Programa de Intervenção Precoce” é conhecer e desenhar o perfil dessas crianças, elaborando um plano de intervenção focado na família que leva em consideração a integralidade, o desenvolvimento infantil e o bem estar da família.
Para o professor Rafael Pinho, representante da UERJ, ganhar o I Desafio Universitário pela Primeira Infância é uma forma de reconhecimento não só do trabalho desenvolvido, mas também da diversidade e inclusão que os projetos proporcionaram dentro de suas equipes. “Só queria enfatizar que isso é apenas o começo. Agora, vamos tirar do papel e colocar o aplicativo na rua. Aproveito para convidar a sociedade civil para agir. Mesmo com pouco recurso e capital humano, mostramos que é possível fazer mudanças com grandes impactos”, lembrou.
O foco do projeto Futurus Infância são as gestantes e crianças de 0 a 6 anos. Por meio do aplicativo, mães, cuidadores e casais homoafetivos terão acesso à informação de qualidade sobre gravidez, amamentação e cuidados com o bebê. Além disso, o uso de georreferenciamento do app conectará as mais de cinco mil famílias atendidas a serviços gratuitos e mais baratos. Sem contar um botão vermelho de emergência que permitirá o acionamento do atendimento do SAMU.
A professora Heloísa Resende, do projeto Assessoria Técnica ao Conjunto José Monteiro Sobral, desenvolvido pela Universidade Federal de Sergipe, agradeceu a organização do evento e aproveitou o momento para chamar a atenção sobre a importância dos projetos de extensão que, muitas vezes, não têm o mesmo “glamour” do ensino superior e da área de pesquisa. “Queria destacar a mobilização de todos nesse trabalho, que já vinha sendo desenvolvido, e tomou novos rumos com a primeira infância e destacou a potência transgeracional”.
A ideia da solução é fomentar a primeira infância com a construção de uma praça no coração do Conjunto José Monteiro Sobral – situado no interior de Sergipe, no município de laranjeiras – e que contará com a participação colaborativa das famílias. Será implementado a troca de saber e escuta por meio de reuniões, oficinas, mutirões, comissões e uso de materiais sustentáveis na praça. O reconhecimento e a interação entre as gerações, bem como o contato com a natureza, vão fomentar o brincar e potencializar a criatividade nas crianças, tornando a praça um espaço seguro, integrador e acolhedor.
Retrospectiva
Confira aqui o vídeo que mostra a retrospectiva do I Desafio Universitário pela Primeira Infância. No site (desafiouniversitario.com.br), você pode conhecer também a história de todos os projetos classificados para a segunda fase. E se quiser ainda ajudar de fato a transformar vidas, tirando esses projetos do papel, é só entrar em contato diretamente com os responsáveis de cada ação.
Fonte: ANUP