19 de novembro de 2010

Boletim Primeira Infância em Primeiro Lugar

13 a 19 de Novembro de 2010

Nacional

Projeto inclui três vacinas no calendário oficial

O Senado ampliou o calendário básico de vacinação das crianças, que passa a contar com mais três vacinas que devem ser aplicadas, obrigatoriamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o projeto de lei, que segue para sanção presidencial, os hospitais da rede pública de saúde terão de disponibilizar as vacinas contra catapora, hepatite A e um tipo de bactéria causadora da pneumonia. O Senado também aprovou a inclusão de outras duas vacinas no calendário básico, mas elas já se tornaram obrigatórias este ano por decisão do Ministério da Saúde: as vacinas meningogócica conjugada C e pneumocócica conjugada valente. O projeto tramita no Congresso desde 2008. Segundo o Ministério, as três novas vacinas já são aplicadas na rede pública para os chamados casos especiais – crianças que necessitam prevenir-se das doenças. A partir da sanção da lei, elas passam a ser obrigatórias para todos os meninos e meninas. [A notícia foi publicada nos principais jornais do País – 18/11/2010]

Bahia

Certidão online ainda não chegou às maternidades

Desde o mês passado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que as maternidades, públicas e particulares, devem emitir a certidão de nascimento utilizando um sistema online. A intenção é que toda criança saia da maternidade com o documento em mãos, evitando a subnotificação. Na Bahia, até o momento, nenhuma maternidade adotou o projeto, apesar da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direito Humanos (SJCDH) ter recursos assegurados de R$ 1,4 milhão para a infraestrutura física de 154 unidades interligadas a cartórios, nos hospitais. A verba também se destina a mutirões de registro civil, realizados desde 2009. A juíza corregedora da capital, Maria Helena Lordelo, informou que a implantação só será possível quando for definido o software a ser utilizado. A juíza destaca que o sistema está em fase de planejamento desde 2009, quando foi formado um comitê estadual para tratar do tema e afirma que em um ano o sistema funcionará bem na Bahia. [A Tarde (BA), Daniele Rebouças – 15/11/2010]

Distrito Federal

Condição de Hospital favorece infecções

As investigações sobre a morte de bebês na UTI neonatal do Hospital Regional da Asa Sul (Hras), em Brasília (DF), confirmam as condições precárias em que se encontra o local. De outubro a novembro deste ano, onze recém-nascidos faleceram na UTI. De acordo com relatório do Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar do Hras, infecções associadas ao acesso venoso central seriam a possível causa da morte de pelo menos sete dos bebês mortos por infecção hospitalar no período. Ainda entre os problemas relatados, está a alta permanência de cateteres umbilicais. Outro problema apontado pelas funcionárias do Hras é que a UTI Neonatal está superlotada. Entretanto, elas contam que seis bebês que estão em tratamento na unidade de terapia intensiva poderiam estar em uma UTI Pediátrica. Essas crianças, segundo as técnicas de enfermagem, têm entre sete meses e um ano e sete meses. Para estar na neonatal elas deveriam ter até três meses. O diretor do Hras informou que não são seis bebês, e sim, quatro bebês que poderiam estar em outras UTIs. O problema, segundo ele, é que as unidades pediátricas também estão superlotadas. [Jornal de Brasília (DF), Bruna Sensêve e Indira Efel – 18/11/2010]

Bebês estão expostos no mundo virtual

Vários pais fazem perfis no Orkut ou no Facebook e até criam e-mails para as crianças e aproveitam para mostrar imagens da ultrassonografia, divulgar fotos dos filhos, fazer declarações de amor e se comunicar. Quando nascem, meninos e meninas já estão inseridos na rede. O número de jogos online também cresceu entre as crianças e viraram tendência nas redes sociais. Estudo divulgado pelo NPD Group aponta que 20% dos usuários digitais com mais de seis anos experimentaram algum jogo em sites de relacionamento nos últimos três meses, o que representa um número de 56,8 milhões de pessoas no mundo. Entretanto, há quem não concorde com o contato precoce das crianças com a internet e, principalmente, às redes sociais. A professora de artes cênicas e visuais Letícia Souza, avalia que esse envolvimento é prejudicial por expor demais a criança. Às vezes, até os próprios meninos e meninas nem sabem que têm perfil e os pais colocam fotos. Para o doutor em arte-educação no ciberespaço e professor da faculdade de educação da Universidade de Brasília (UnB), Lúcio Teles, essa questão tem dois lados: o bom, onde as redes sociais facilitam a comunicação das crianças, e o ruim, onde exposição exagerada pode abrir caminhos para o uso indevido das imagens das crianças. A dica para evitar problemas é unir família, escola e softwares de segurança. [Correio Braziliense (DF) – 16/11/2010]

Máfia chinesa usa bebês

Policiais civis brasilienses conseguiram comprovar uma suspeita que recaía contra imigrantes chineses moradores do Distrito Federal (DF). Muitos usam bebês para permanecer no País e continuar vendendo produtos piratas trazidos pela máfia fixada em São Paulo (SP). Na Operação Hai-Dao, deflagrada na última quarta-feira (10), os agentes encontraram uma criança de nove anos criada por um casal de estrangeiros como se fosse filha deles. A Secretaria Nacional de Justiça já instaurou processo para punir o grupo. Responsáveis pela investigação sobre a máfia chinesa no DF, agentes e delegados da Divisão de Combate ao Crime Organizado (Deco) suspeitam que o uso de meninos e meninas seja corriqueiro entre as pessoas que vendem produtos piratas. Por isso, estão checando a documentação dos adultos detidos e das crianças que vivem com eles. De acordo com o delegado da Deco, Giancarlos Zuliani Jr., podem haver outros casos que, se detectados, serão comunicados à Vara da Infância e da Juventude e ao Ministério da Justiça. Além da apuração da Deco, a Superintendência da Polícia Federal em Goiás investiga, há três anos, fraude em registros de crianças e de paternidade. Os agentes suspeitam que o esquema beneficie orientais que moram em todo o país. [Correio Braziliense (DF), Renato Alves – 14/11/2010]

Espírito Santo

Aumento de vagas não garante tranquilidade

Mais de 39 mil vagas em creches municipais no Espírito Santo serão disponibilizadas pelas prefeituras da Serra, Vila Velha e Cariacica durante o ano letivo de 2011. Parece muito, mas mães e pais garantem: é preciso sacrifício para conseguir uma delas. Do total de vagas, 6.545 são novas, sendo 5.500 delas no município serrano e 1.045, em Cariacica. Na capital Vitória, a prefeitura afirmou que só no próximo dia 27 vai definir o número total de vagas, que já estão abertas para cadastramento até o dia 26. De acordo com o coordenador de Estatística e Fluxo Escolar da Secretaria Municipal de Educação (Seme) de Vitória, Romário Jacobsen, a maior dificuldade da Prefeitura é fornecer vagas para as crianças de zero a três anos, principalmente nos bairros de Jardim Camburi, Maruípe e São Pedro. A técnica pedagógica da Secretaria Municipal de Educação (Seme) de Cariacica, Marilda Vasconcelos, informou que ainda não começou o período de matrícula na cidade. Falta o levantamento de vagas por escolas, o que só será finalizado em dezembro. [A Gazeta (ES) – 18/11/2010]

Maranhão

Encontro discute direitos da primeira infância

Acontece em São Luís (MA), o I Encontro Temático da Primeira Infância no Maranhão. Com o tema Direitos da primeira infância: uma conquista, várias ONGs, profissionais da saúde, educadores, representantes de secretarias municipais de educação e promotores de Justiça discutem sobre trabalhos realizados nessa área no estado. O encontro é promovido pela Rede Nacional Primeira Infância e organizações que fazem parte do Fórum de Educação Infantil do Maranhão, como a Organização Mundial para Educação Pré-Escolar (Omep), Plan Brasil e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A primeira infância é o principal período para o desenvolvimento da criança, que vai do nascimento até os seis anos. O vice-presidente nacional da Omep, Roberto Mauro Gurgel, disse que no Maranhão, segundo dados de 2008 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 907 mil crianças estão nessa faixa etária. Ele afirmou que as políticas públicas no estado voltadas para esses meninos e meninas ainda são insuficientes, mas muita coisa já está sendo feita. A Omep disse que o foco maior dos trabalhos é justamente para as crianças até o terceiro ano de vida, que precisam basicamente de ações voltadas para a saúde. [O Estado do Maranhão (MA) – 18/11/2010]

Minas Gerais

Crianças sofrem com a ditadura da magreza

Crianças com idade entre três e cinco anos já tendem a valorizar a magreza, segundo enquete feita com alunas em fase pré-escolar nos Estados Unidos. O problema desse comportamento são os riscos ligados a distúrbios alimentares e depressão, provocados pela pressão sobre as crianças para se manterem magras. A coordenadora do estudo, Jennifer Harriger, da Universidade Pepperdine da Califórnia, alerta que outra questão mais delicada é a ideia negativa de que não é bom ser uma pessoa com muito peso. Cinquenta e cinco meninas foram entrevistadas. Os pesquisadores mostraram figuras de tipos acima do peso e magros e as deixaram se expressar. Todas sugeriram que queriam ser magras. Segundo Harriger, várias participantes sequer tocaram as figuras acima do peso e disseram comentários de cunho negativo sobre elas. No Brasil, a situação não é diferente. Estudo feito em escolas de Recife (PE) mostrou que 90% dos alunos se achavam acima do peso e faziam regime. A pesquisa, realizada com 1.509 crianças com idades entre 10 e 14 anos, aponta que os estudantes têm elevado risco de desenvolver transtornos alimentares. [O Tempo (MG) – 18/11/2010]

Pernambuco

Papinhas nada inocentes

Pesquisa realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e na Universidade do Estado do Pará (Uepa) constatou que as papinhas feitas em casa para crianças entre seis e 18 meses contêm mais sódio que ferro. O sódio está ligado ao aumento da pressão arterial, enquanto a falta de ferro pode causar anemias, além de acarretar prejuízos irreversíveis das funções cognitivas, se a deficiência começar na infância. O resultado da pesquisa alerta para a necessidade de se revisar os métodos utilizados no preparo desse tipo de alimento. Assim como é importante selecionar ingredientes frescos e nutritivos, é também necessário entender que o sal é indispensável para o paladar de alguns adultos, mas não para as crianças. Os pesquisadores concluíram que, em todos os estratos socioeconômicos, as papinhas para o almoço apresentaram o problema. Contudo, a preocupação maior veio dos lares mais humildes, pois 95% das casas pesquisadas ligadas a esse universo apresentaram o resultado. Segundo a coordenadora do Laboratório de Bromatologia e Microbiologia de Alimentos da Unifesp, Tânia Beninga de Morais, as crianças com menos de um ano precisam consumir pelo menos 11mg de ferro por dia e, nas casas pesquisadas, a quantidade encontrada era de apenas 6mg. [Diário de Pernambuco (PE) – 17/11/2010]

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