29 de abril de 2011

Boletim Primeira Infância em Primeiro Lugar

18 a 29 de Abril de 2011

Ceará

Brasil precisa de 12 mil novas creches

Se todas as crianças com até três anos de idade estivessem matriculadas em creches, seriam necessárias 12 mil novas unidades para dar conta da demanda no País. Os números foram apresentados em relatório da Fundação Abrinq – Save the Children. O documento mostra também que 1,8 milhões de crianças entre sete e 14 anos ainda precisam aprender a ler e a escrever, e que 51% dos adolescentes de 15 a 17 estão fora do ensino médio. O lançamento do terceiro relatório “Um Brasil para as crianças e os adolescentes” aconteceu em evento que reuniu representantes do Governo Federal e membros de organizações não governamentais. O relatório faz parte do Projeto Presidente Amigo da Criança e traz um balanço dos avanços e desafios em temas como saúde e educação de crianças e adolescentes no País. (O Povo – CE 18/04/2011)

Minas Gerais

Sobrecarga na pediatria

A falta de pediatras, aliada a demanda infantil por atendimento em Belo Horizonte (MG), tem gerado um  caos histórico no setor, segundo especialistas. Nos últimos três anos, 17 hospitais fecharam a pediatria na capital e outras unidades seguem o mesmo caminho. Exemplo disso é o Hospital Júlia Kubitschek (HJK), da Fundação Hospitalar do Estado (Fhemig) que, ao encerrar em 2010 o pronto-atendimento infantil, por falta de profissional, sobrecarregou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Barreiro, referência para o socorro de 59 mil jovens da região. “Não tem como atender como deveria ser. Isso é uma vergonha”, desabafa uma pediatra da unidade, que teme se identificar. Na Região do Barreiro, os moradores procuraram a Câmara Municipal de Belo Horizonte e agendaram uma audiência pública com a Comissão de Saúde e recolheram mil assinaturas na região para pedir a reabertura do pronto-atendimento pediátrico do HJK. (Aqui BH (MG) – 28/04/2011)

Rio de Janeiro

Rede pública tem 101 leitos de UTI infantil

A rede pública e conveniada de saúde do Rio de Janeiro (RJ) tem menos de um terço dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) pediátricas existentes no sistema privado. Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, do Ministério da Saúde, as crianças que dependem de uma UTI pública estadual, municipal e federal precisam disputar 101 vagas. Enquanto isso, unidades particulares contam com 364. A carência de leitos deste tipo no Sistema Único de Saúde (SUS) tem gerado um quadro dramático. Crianças em estado grave chegam a esperar dias na fila da Central Estadual de Regulação de Leitos pela chance de recuperar-se na UTI. “Isso é inaceitável. Vou dar entrada em uma ação civil pública para pleitear aumento do número de leitos e, enquanto isso não ocorrer, as crianças precisam ser transferidas para UTIs de unidades públicas ou privadas”, diz o Defensor Público da União André Ordacgy. (O Dia (RJ), Pâmela Oliveira – 28/04/2011)

Mais creches em regiões estratégicas da capital

Os bairros de Barra, Recreio e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro (RJ), ganharão 11 creches municipais. Algumas estão em fase de licitação, enquanto outras já em construção. Elas funcionarão nas áreas do Recreio, Colônia Juliano Moreira, Cidade de Deus, Curicica, Gardênia Azul, Anil, Rio das Pedras e Taquara. “Estes locais foram escolhidos por sua carência econômica e, principalmente, pelo déficit de creches existente neles”, explica Tiago Mohamed, subprefeito da Barra e Jacarepaguá. Os moradores, em sua maioria, estão empolgados e aprovam o projeto. “Aqui antes era um lixão e agora será um espaço importante para a população. Temos muitas crianças”, diz Walter Amaral, dono de uma mercearia próxima a uma das creches que funcionará na Cidade de Deus. (O Globo (RJ), André Teixeira e Amanda Moura – 28/04/2011)

Rio Grande do Norte

MP quer melhorias em maternidade

Os problemas estruturais e a ausência de serviços às mulheres gestantes e crianças recém-nascidas, na maternidade Divino Amor, em Parnamirim (RN), colocou o município no alvo do Ministério Público Estadual (MP). O órgão, por meio da 4ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde da Comarca de Parnamirim, publicou dia 19 no Diário Oficial do Estado, uma série de recomendações ao prefeito Maurício Marques e ao secretário municipal de Saúde, Marciano Paizinho, para que sejam tomadas providências quanto à superlotação da maternidade, as condições da UTI neonatal, implantação de Banco de Leite Humano e necessidade de adequação da estrutura física do local. O órgão deu um prazo máximo de 60 dias para que a situação da unidade seja resolvida. (Diário de Natal – RN 20/04/2011)

Rede de pediatria encolhe na capital

O atendimento pediátrico no Rio Grande do Norte se torna mais crítico a cada dia que passa para quem necessita utilizar as redes pública e privada. O principal exemplo encontra-se em Natal (RN). Excluindo o Hospital Infantil Maria Alice, que teve o atendimento fechado nesta semana, o natalense que procurar o serviço só irá encontrar cinco unidades de saúde, que em breve podem se transformar em apenas quatro. O Governo do Estado tem, em seus quadros médicos, 96 pediatras para atender a toda a região. “Espero que os que estão no interior estejam atendendo na área pediátrica”, afirma Domício Arruda, titular da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). Segundo ele, não há como precisar a quantidade de pediatras que estão trabalhando na área. (Diário de Natal (RN) – 28/04/2011)

Santa Catarina

Pelo menos mais 30 dias sem vacina Anti-Rh

A Maternidade Darcy Vargas, em Joinville (SC), deve ficar pelo menos mais um mês sem vacinas Anti-Rh. Este tipo de medicamento é usado para evitar a rejeição do bebê que tenha sangue Rh positivo com o Rh negativo da mãe. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, o prazo é necessário porque a vacina é importada. Para adquiri-las, o órgão precisa de uma licença de importação emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que deve sair até o fim desta semana. Daí em diante, são pelo menos duas semanas entre a compra e a chegada do medicamento ao Brasil. O único fornecedor deste tipo de vacina fica em Miami, nos Estados Unidos. A falta do medicamento pode gerar transtornos porque a incompatibilidade entre os sangues da mãe e do bebê na primeira gestação podem fazer com que a mãe produza anticorpos contra as hemácias do bebê. (A Notícia (SC) – 27/04/2011)

São Paulo

Vacinação contra rotavírus diminui mortalidade infantil

A vacinação contra o rotavírus reduziu o número de mortes e internações de crianças por diarreia no Brasil. O dado é de um estudo publicado ontem no periódico médico PLoS Medicine. Segundo a pesquisa, a campanha nacional de vacinação contra o vírus, implantada pelo Ministério da Saúde em 2006, reduziu em 22% as mortes por diarreia em crianças de até cinco anos. Também houve queda de 17% nas internações causadas pela doença no País. As informações foram levantadas por técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde, ligada ao ministério, e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA. Foram comparados dados de mortes e internações de 2002 a 2005, antes da vacinação, às taxas de 2007 a 2009. Nesse período, segundo o estudo, 1.500 mortes e 130 mil internações foram evitadas. (Folha de S. Paulo – SP 20/04/2011)

Alimentação da mãe altera o DNA do bebê

Pela primeira vez, um estudo mostrou que uma dieta pobre em verduras e rica em alimentos industrializados, açúcar e gorduras, durante a gravidez, levam a alterações no material genético da criança, aumentando o risco de obesidade. O grupo de pesquisadores, sob orientação de Keith Godfrey, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, descobriu que as mudanças nos genes acontecem mesmo se a mãe for magra. Para chegar a essas conclusões, os cientistas estudaram as mutações chamadas epigenéticas, causadas pelo ambiente, em cerca de 300 recém-nascidos e as compararam com as taxas de obesidade dessas crianças aos três e aos seis anos. (Folha de S. Paulo – SP 20/04/2011)

Cientistas identificam fator genético materno ligado ao parto prematuro

Pesquisadores americanos e escandinavos identificaram um gene relacionado ao nascimento prematuro. A descoberta pode levar a tratamentos para um problema que afeta uma em cada oito gestações. Os cientistas partiram da premissa que a linhagem humana teve pouco tempo para se adaptar a processos evolutivos que podem dificultar o parto: o aumento do crânio para acomodar um cérebro maior e o estreitamento da bacia pélvica para facilitar andar sobre dois pés. Partindo desta convicção, procuraram genes que passaram por um processo de evolução acelerada na espécie humana e identificaram variações no responsável pela produção do receptor do hormônio folículo-estimulante. Depois, confirmaram a presença das mesmas variações associadas à prematuridade em mulheres africanas. O grupo pretende identificar outras relações. (O Estado de S. Paulo (SP), Alexandre Gonçalves – 25/04/2011)

Kassab não vai zerar déficit de vagas nas creches

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012 indica que o prefeito de São Paulo (SP) Gilberto Kassab não vai cumprir seis metas previstas para melhorar a vida do paulistano. Entre elas, está zerar o déficit de vagas nas creches, promessa de campanha feita em 2008. Outras bandeiras, como a construção de três hospitais na periferia, vão ficar para o próximo prefeito. No caso das creches, a Meta 12, entre as 223 listadas, prevê 100% das crianças de até 3 anos atendidas. Levantamento de dezembro da Secretaria Municipal de Educação mostra um déficit de 100 mil vagas. Entre 2009 e 2010, foram criadas 20.699 vagas. Mas, a LDO de 2011 prevê a criação de 20 mil vagas e a de 2012 outras 33.290 vagas. Ou seja, o governo deve abrir 73.989 vagas até dezembro de 2012, o que equivale a 74% da meta. (O Estado de S. Paulo (SP), Diego Zanchetta Vitor Hugo Brandalise – 27/04/2011)

Blog alerta sobre importância de vacinar prematuros

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim) lançou esta semana um blog com informações e vídeos de especialistas sobre cuidados com bebês prematuros. O lançamento faz parte de uma campanha para alertar sobre a importância da vacinação, principalmente contra o VSR (vírus sincicial respiratório), maior causa de internações e mortes entre esses bebês. “Eles são estão no grupo de risco para esse vírus. Todos os recém-nascidos com menos de 32 semanas deveriam ser imunizados”, diz o neonatologista Renato Kfouri, presidente da SBim. No site da sociedade há um calendário com informações sobre outras vacinas que devem ser tomadas, como de hepatite B, tuberculose e poliomielite. O blog também vai incentivar a troca de experiências entre pais. O site é www.prematuroimunizado.com.br/blog. (Folha de S. Paulo (SP) – 27/04/2011)

Teste rápido detecta autismo em bebês aos 12 meses

Um teste com 24 perguntas, que pode ser respondido em cinco minutos, identifica os primeiros sinais de autismo em crianças de um ano. É o que propõe um estudo financiado pelo National Institutes of Health dos Estados Unidos, publicado hoje (28) no Journal of Pediatrics. A pesquisa, feita por neurocientistas da Universidade da Califórnia, recrutou 137 pediatras para aplicar o teste em 10 mil crianças na consulta aos 12 meses de idade. Os pais responderam ao questionário, com perguntas sobre gestos, compreensão e comunicação, e os pediatras avaliavam as respostas. Ao todo, 184 das crianças que pontuaram abaixo da média foram acompanhadas nos meses seguintes. Delas, 32 receberam o diagnóstico precoce de autismo. Segundo a pesquisa, isso corresponde a 75% de acerto no diagnóstico, levando em conta outros distúrbios. (Folha de S. Paulo (SP), Guilherme Genestreti – 28/04/2011)

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