24 de fevereiro de 2016

‘Volta às aulas’ e os apelos comerciais para vender

materia alana

O Projeto Criança e Consumo, por meio do Instituto Alana, enviou uma notificação no dia 16 de fevereiro à empresa Sestini, por dirigir publicidade de mochilas às crianças. Seus anúncios estampam personagens amplamente conhecidos pelo público infantil, entre eles Barbie, Polly, Hot Wheels, Max Steel e Mickey. Além disso, todos os modelos possuem apelos adicionais de brinquedos colecionáveis como microfones, bolsas, máscaras e capas, fichários, braceletes, porta-carrinhos, entre outros, elementos que estimula as crianças ao consumismo precoce.

Aproveitando-se do momento de volta às aulas, a publicidade da marca atrai a criança por meio de comerciais televisivos, divulgação nas redes sociais e via youtubers mirins, que são influenciadores de outras crianças, de maneira a criar identificação e associação da marca com momentos de diversão. “A comunicação mercadológica da Sestini se aproveita da hipervulnerabilidade da criança, que se encontra em uma fase peculiar de desenvolvimento, ao querer seduzi-las a práticas de consumo”, explica Ekaterine Karageorgiadis, advogada do Criança e Consumo, que este ano completa 10 anos.

As ações desenvolvidas pela Sestini estão na contramão da legislação vigente que considera a publicidade dirigida ao público infantil abusiva e ilegal. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) em seu artigo 37, parágrafo 2º, classifica a publicidade que se aproveita da deficiência de julgamento e experiência da criança como abusiva e ilegal e a Resolução 163  de 2014 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) reforça essa norma. O Criança e Consumo solicita à empresa que cesse essa abusividade e ilegalidade, bem como deixe de realizar ações semelhantes.

(Informações: Instituto Alana)

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