09 de janeiro de 2012

Comunicação Pré-natal

Pode-se utilizar a energia e os elementos da música como recurso de qualidade na relação gestante/feto, família/futuro bebê.

O feto é sensível a essa comunicação e sua memória já está sendo alimentada

“O inconsciente por nascer banha-se no sonoro.” (Pierre Paul Lacas)

Nesta página veremos como podemos utilizar a VOZ para estabelecer a comunicação pré-natal. Para nos comunicarmos com o bebê em gestação.

As três maneiras que fazem parte do método de musicoterapia para gestantes Bebê do Futuro são: falando, contando histórias e cantando.

Falar com o bebê em gestação, expressando seus sentimentos, seus projetos e o que quiser. Uma conversa que pode parecer unilateral, mas que estará imprimindo na memória do bebê as características particulares da sua voz. O pai pode encontrar aqui um momento especial para participar da gestação. Quando o bebê nascer, ainda no centro obstétrico, não deixe de falar com ele. Ele reconhecerá a sua voz.

Como explicado na página Audição do Feto, o bebê, durante a gestação, não consegue escutar claramente as palavras articuladas, mas já percebe o timbre, a entoação e a frequência de cada voz. Depois do nascimento ouvirá as palavras e aprenderá o idioma. As vozes que ouviu na fase intra uterina terão especial significado para ele.

Contar histórias é outra atividade muito interessante. Quando contamos uma história infantil (aquelas dos livros com muitas figuras e poucas palavras, por exemplo) empregamos uma entoação diferenciada em nossa voz. Falamos mais ou menos da mesma forma com que falaremos com o bebê quando ele estiver em nosso colo, aqui, ao ar livre. Contem com regularidade as histórias durante a gestação; convidem os familiares para participar dessa atividade.

Depois do nascimento, quando o bebê estiver sugando o peito, na preciosa atividade da amamentação, contem as mesmas histórias e observem: ele demonstra atenção especial. Suga com maior intensidade e fica mais tempo mamando; se nutre mais. Reconhece a história mesmo não tendo ouvido-a nas palavras articuladas, mas reconhece a sequência sonora, as inflexões de voz que fazemos quando contamos uma história infantil, interpretando-a.

Mas é quando cantamos que imprimimos uma energia especial na vibração da voz. A amplitude da frequência é maior. Coloque uma das mãos na garganta e fale alguma coisa, conte um trecho de uma história e cante uma melodia e observe atentamente: o que você sente em sua mão? A resposta mais frequente que ouço quando levanto esse questionamento é Vibração.

Deduz-se daí que o feto ouve especialmente a voz cantada. E é aqui que reside a principal atividade do método Bebê do Futuro: cantar para o feto.

“A música é uma linguagem que trata de sons e de silêncios e sua organização no tempo […] embora consista em pura ciência e matemática, opera no indivíduo em uma dimensão mais espiritualizada, abstrata, mágica, representando o mundo sensível e emocional do indivíduo.” (Rosy Greca-2011)

E a música tem o poder de transmitir precocemente ao bebê, desde a gestação, nossas boas intenções e nosso amor incondicional. Além de estar potencializando o som da sua voz na memória do feto, a música proporciona momentos de especial interação afetiva entre pais e filhos. As músicas que forem cantadas ou cantaroladas durante a gestação, com regularidade, significarão um referencial de conforto para o bebê.

O feto ouve especialmente a voz cantada, reafirmo.

Mas é você que escolhe o que cantar. O repertório fica a seu critério, Inclusive adaptar as letras como bem entender. Ou até cantar somente lá lá lá ou nã nã nã, ou com a boca fechada hum hum hum.

No CD Bebê do Futuro encontra-se um repertório especial para essa atividade. Os arranjos instrumentais foram elaborados criteriosamente para estimular a gestante, o pai e os familiares a cantar durante a gestação e para, com isso, representar uma rica experiência sobre o mundo dos sons e o universo da música para o bebê.

“A canção de ninar – com sua linha melódica harmoniosa e doce – traz para a criança a segurança que ela gozava no calor do ventre materno aliada ao relaxamento das defesas e do amplexo materno, induzindo uma calma e serenidade que não se encontra em qualquer outro ambiente. Isto leva a um progressivo embotamento da vigília que é seguido por um sono profundo e reparador. O regaço materno e a canção de ninar são, talvez, uma amostra do céu como o concebemos.” (Mauricy Alves da Motta – médico, doutor em biofísica – 2009)

 

O artigo a seguir, publicado em 2010, apresenta uma pesquisa muito interessante sobre o complexo som-ser humano, desde o nascimento:

Recém-nascidos têm sensibilidade musical

Um estudo da Universidade Vita-Salute del San Raffaele, em  Milão, verificou que os recém-nascidos são sensíveis  às notas musicais e que têm capacidade para reconhecer as dissonâncias e mudanças de tom das melodias logo nos primeiros dias de vida.Os autores desta investigação, cujos resultados foram publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, recorreram a 18 recém-nascidos, a quem apresentaram três excertos de músicas com a duração de 21 segundos. O primeiro era uma melodia tocada em piano, o segundo era semelhante, mas com algumas notas num tom mais alto. Já o último excerto era totalmente dissonante.

De acordo com os investigadores, este estudo poderá ser importante na medida em que contribuiu para determinar se a percepção da música é inata ou resultado do ambiente em que um bebê vive.

Enquanto ouviam as melodias, os bebês foram submetidos a ressonâncias magnéticas que permitiram verificar quais as partes do cérebro que eram ativadas durante o processamento das informações recebidas pela música. Os investigadores constataram assim que em todos os casos, o hemisfério direito do cérebro foi ativado, nomeadamente as mesmas zonas que são activadas durante a apresentação de excertos musicais de músicas para adultos. Já quando ouviram as músicas alteradas, a activação do hemisfério direito foi mais fraca, em prol de uma zona do hemisfério esquerdo que foi ativada.

“Esses resultados mostram que o cérebro dos recém-nascidos apresenta capacidades de percepção da música desde as primeiras horas após o nascimento”, consideram os investigadores, acrescentando que “além disso, eles já estão aptos a reconhecer as dissonâncias e as mudanças de tom”.

 

Fonte: Ciência Hoje

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