01 de junho de 2021

Importância da doação de leite humano é ressaltada em novo documento da SBP

Em alusão ao Dia de doação de leite humano, celebrado em 19 de maio, o Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou a nota de destaque “Amamentando a conscientização sobre a doação de leite humano”. O objetivo é conscientizar os profissionais de saúde, sobretudo os pediatras, sobre a importância de trabalhar o tema doação de leite humano com o maior número de mulheres devido aos impactos positivos da atuação dos Bancos de Leite Humano (BLH) no campo da saúde materno infantil.

ACESSE AQUI A ÍNTEGRA DO DOCUMENTO.

As vantagens da amamentação para o crescimento e desenvolvimento infantil saudáveis são amplamente conhecidas, e nenhuma outra estratégia, isoladamente, tem tamanho potencial em reduzir as desigualdades em saúde e em prevenir a mortalidade de recém-nascidos e crianças. “O leite materno, além de conter uma combinação perfeita de macro e micronutrientes, bem como elementos bioativos, fornece também células vivas e bactérias benéficas ao intestino infantil”, ressalta trecho da nota.

De acordo com a nota, a prática do aleitamento materno (AM), embora pareça a escolha mais natural, por acreditar-se ser inerente à maternidade, é edificada socioculturalmente mais do que determinada biologicamente. As atitudes e crenças das diferentes sociedades e culturas afetam a decisão materna em relação à amamentação e têm impacto significativo no seu sucesso.

“É preciso transformar o ambiente da mãe e seu sistema de apoio, o que é facilitado quando os bancos de leite humano são incluídos como parte de um programa abrangente de promoção da amamentação, pois dessa forma a percepção geral do valor do leite humano (LH) aumenta e todos os bebês podem ser beneficiados”, explicam no documento os especialistas do DC de Aleitamento Materno da SBP.

QUALIDADE E SEGURANÇA – A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR) é uma das iniciativas do eixo estratégico de AM e alimentação complementar saudável da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança, do Ministério da Saúde. Com a articulação interinstitucional bem-sucedida, de educação permanente e continuada de seus profissionais, e da implementação de rigoroso controle de qualidade, a rBLH-BR procura garantir atendimento de excelência, e a distribuição de um produto seguro para as mães e seus recém-nascidos.

“Essa organização tem feito toda a diferença nestes tempos de pandemia da COVID-19, que trouxe muitos desafios aos BLH de todo o mundo, especialmente no que diz respeito ao declínio das doações. Cada unidade teve que, de alguma forma, ser reestruturada para permitir atendimento com segurança e garantir a qualidade da assistência a todas as pacientes, bem como a coleta de LH”, ressalta outro trecho da nota.

A nota destaca ainda que a disponibilidade de estações para lavagem das mãos e a utilização correta de equipamentos de proteção individual, medidas indicadas para a prevenção da infecção por SARS-CoV2, sempre fizeram parte das cuidadosas rotinas dos BLH para diminuir os riscos à equipe de saúde, garantindo sua segurança, bem como a do produto lácteo por ela manipulado.

“Em 2020, apesar do grave e complexo desafio sanitário causado pelo novo Coronavírus, ainda foram realizados 1.315.510 atendimentos individuais a nutrizes pelos BLH brasileiros, e coletados 191.373,2 litros de leite materno, que beneficiaram 180.763 neonatos”, observam os especialistas do DC de Aleitamento Materno.

Neste contexto, destaca-se um dos grandes desafios da rBLH, que é a captação de doadoras em número suficiente. É a participação importante e crescente dessas mulheres que, ao doarem o seu excedente lácteo, permitem aos BLH processar e distribuir LH em quantidade adequada para suprir as necessidades dos seus receptores prioritários, os neonatos pré-termo e/ou de baixo peso.

“E no Brasil, podemos contar com este primoroso trabalho em rede, para ajudar a promover uma cultura em favor da amamentação, priorizando uso do leite da própria mãe, e garantindo a segurança alimentar do LH processado com qualidade para os pequenos pacientes, quando apropriado”, finaliza a nota de destaque.

 

Fonte: SBP

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