Relatório do Mapeamento Obesidade na Primeira Infância apresenta dados e aponta medidas preventivas

A Rede Nacional Primeira Infância (RNPI) apresentou o Relatório do Mapeamento Obesidade na Primeira Infância no dia 10 de novembro, no Instituto Pensi, em São Paulo. Foram levantados dados sobre prevalência, fatores de risco e associados e consequências do excesso de peso dos pequenos (crianças de até seis anos de idade). Além disso, foi feito um rastreamento de programas e políticas públicas já existentes neste sentido no país.

Os prejuízos à saúde associados à presença da obesidade já são amplamente conhecidos pela ciência e,recentemente, pela população. Hoje, estima-se que a obesidade atinja cerca de 3,8 milhões de crianças na América Latina. No Brasil, dados oficiais de 2013 apresentaram 15% de obesidade e sobrepeso entre as crianças.

No Brasil, dados oficiais do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), baseados no índice IMC/idade, demonstram aumento de 0,94% no risco de sobrepeso, redução de 0,29% no diagnostico de sobrepeso e de 0,68% no de obesidade, nos últimos cincos anos, entre crianças na primeira infância.

Estudos mostram que a maioria dos alimentos vendidos nas cantinas escolares é rica em açúcar e gorduras, apesar de existirem normas que regulamentam a sua venda em diversos estados brasileiros. Outra forte influência é a da publicidade sobre as escolhas alimentares de crianças.

Para Luzia Laffite, atual coordenadora da Secretaria Executiva da RNPI e Superintendente Executiva do IFAN, trata-se não somente de um tema de grande importância para as políticas de prevenção da Primeira Infância, como também de forte vertente intersetorial com as demais ações finalisticas do PNPI, por ex: brincar, prevenção ao Consumo, educação Infantil, entre outras. “Este relatório com certeza, servirá de base para futuras ações da RNPI no Eixo Programático Obesidade na Primeira Infância”.

Como está o peso das nossas crianças?

Nos diversos estudos levantados, podemos dizer que os meninos estão mais acima do peso do que as meninas. As regiões Norte e Nordeste são os destaques. A obesidade e o sobrepeso têm crescido entre índios e negros; e as maiores incidências estão nas escolas particulares, quando comparadas às escolas públicas.

Na área urbana ainda é maior do que na área rural. O diagnóstico de excesso de peso em crianças é feito através do IMC – Índice de Massa Corpórea por idade. No entanto, avaliar o excesso de gordura corporal e gordura abdominal também é indicado, assim como a investigação dos hábitos alimentares e exames bioquímicos também são indicados.

Os principais fatores determinantes da obesidade são: ganho de peso excessivo durante e gestação e primeiros anos de vida da criança, baixo peso ao nascer, interrupção precoce do aleitamento materno, introdução de alimentos não recomendados antes dos dois anos de idade, inatividade física e hábitos alimentares inadequados, além de antecedentes familiares de obesidade.

Informações: Ascom RNPI – Tatiana Alves