27 de março de 2013

Aprenda a ajudar seu filho a superar o Complexo de Édipo

Conforme percebe melhor o ambiente ao seu redor a criança demanda uma atenção como a que vê entre seus pais

 

O Complexo de Édipo foi formulado e descrito por Sigmund Freud no fim do século 19, com base na mitologia grega de “Édipo Rei”. É uma das teorias da psicanálise que descreve a atração que os filhos sentiriam pelo genitor do sexo oposto, ao mesmo tempo em que rivalizaria com o do mesmo sexo. Segundo especialista, a intervenção dos pais e a passagem por este momento do desenvolvimento são essenciais para a criança.

Esse complexo costuma se desenvolver entre três e cinco anos, quando os pequenos começam a perceber mais o ambiente a sua volta. “É muito importante que os pais entendam que é natural que isso aconteça, a criança quer se sentir segura de que ela é amada, de que é especial”, explica a psicóloga, sexóloga e educadora sexual Sandra Vasques. A preferência da criança por um dos pais, porém, não tem conotação sexual. Na verdade, é a necessidade que a criança sente de ter a mesma atenção que um dos pais recebe.

 

Dose a atenção

O principal é quando os pais começarem a perceber essa reação da criança, de exigir a atenção de um dos dois, não reforçando essa atitude. “Os pais não devem ceder a essa necessidade de atenção. A criança tem de entender que o pai e a mãe têm uma vida além da relação com ela. Na hora de dormir, por exemplo, a mãe deve levar o filho para dormir no próprio quarto, e voltar para o seu próprio quarto”, exemplifica Sandra. Ceder à insistência e deixar que ela durma com os pais, por exemplo, não é correto, como diz a psicóloga do Hospital São Camilo, de São Paulo, Rita Calegari. “A criança vai saindo do universo infantil e vai indo para o mundo adulto, e temos de chamá-la para o nosso lado, e não nós irmos para o dela”, afirma.

A correta resolução do Complexo de Édipo, que ocorre com a intervenção dos pais em conter a necessidade de atenção que a criança desenvolve, é fundamental para que os pequenos cresçam e tenham uma saúde emocional bem desenvolvida. “É importante para que, no futuro, quando adultos, as pessoas não fiquem presas à figura do pai ou da mãe na hora de buscar seus pares, não tenham problemas de relacionamento”, declara Sandra.

 

Nos dias de hoje

A teoria sobre este complexo, contudo, foi desenvolvida no começo do século, quando os costumes e a realidade eram diferentes. As famílias normalmente eram formadas por um pai e uma mãe que se casavam e mantinham uma relação estável – normalmente, pelo resto da vida. Conforme a sociedade foi evoluindo, as famílias mudaram, e o Complexo de Édipo também pode se apesentar com conjunturas diferentes. O foco de atenção pode, inclusive, ser alguém fora do núcleo familiar, como um professor ou um tio.

Além disso, o Complexo de Édipo é uma das teorias da psicanálise de Freud e, como qualquer teoria, apresenta controvérsias. “Ela é absoluta, é uma crítica da psicanálise que nasceu no século 18, muitos autores consideram as teorias desatualizadas, desligadas do mundo moderno. É preciso uma leitura cuidadosa sobre isso”, comenta Rita.

 

Cartola – Agência de Conteúdo – Especial para o Terra

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