28 de setembro de 2022

MOMENTOS FORMATIVOS – Parentalidade

Na manhã do dia 27 de setembro, aconteceu o 3º Momento Formativo da RNPI. Os convidados desse dia foram Claudia Mascarenhas (Instituto Viva Infância) e Luciano Ramos (Instituto Promundo). Abordaram a temática da Parentalidade que foi pautada pela Rede como prioridade. Nossa expectativa foi ampliar e fortalecer nossa incidência política, abrangendo cada vez mais os direitos das crianças na primeira infância.

Cida Freire iniciou sua fala colocando que os temas abordados nos momentos formativos foram destacados pela Rede como necessário de serem abordados mais profundamente e que esses assuntos custam caro para a sociedade porque eles vem recheados de peculiaridades e singularidades e ainda muito sensíveis com efeitos observados na nossa sociedade, por isso se faz necessário conhecer para respeitar.

Claudia Mascarenhas traz muitos aspectos importantes sobre a Parentalidade e explanou o que é esse processo de se tornar pai ou mãe de uma criança, colocando que o mesmo processo acontece com a criança em relação a Parentalidade, ambos se formam, cada qual no seu papel, ou de pais ou de filhos. Os adultos constroem a parentalidade junto com as crianças e ambos ensinam uns aos outros através da convivência, do diálogo e da interação, a parentalidade é única e particular. É impactada pela realidade social, econômica e todas as condições que cercam e chegam até as famílias. Todas as decisões governamentais, as crenças, o respeito ou desrespeito, o preconceito, a cultura, etc. atingem a construção da parentalidade. Se faz necessário ampliar a discussão do tema para que a sociedade aprenda e se aprofunde sobre tal, para saber dialogar sobre esse tema com leveza e respeito as famílias, respeitando os valores do contexto de cada parentalidade. A criança é sujeito participativo e construtor no processo de parentalidade.

Luciano Ramos em sua fala provoca a pensar sobre a masculinidade e paternidade. Traz uma análise ampla desses dois termos ressaltando que deve-se olhar para eles com o olhar latino americano e não europeia, pois historicamente, herdamos esse olhar, mas vivemos em contextos diferentes, em outra realidade e não pode-se mais analisar com um olhar ultrapassado. Necessita-se olhar a paternidade com a realidade brasileira, onde os pais são em sua maioria negros e, em algum momento da vida, todos os homens serão cuidadores de crianças. Então, se faz importante formar esses homens. Paternidade é organizada a partir de aspectos biológicos, jurídicos ou afetivos. Afeto e vínculos que se desenvolve numa relação onde as pessoas se sentem responsáveis e parte do processo. Se faz necessário conhecer e respeitar a cultura dos outros e isso se faz ouvindo o outro. Urge a construção de políticas públicas que considerem o papel do homem no processo de paternidade e parentalidade, para que eles sejam incluídos no processo de vivências com as crianças, desde a gestação, para que ocorra a divisão de cuidados e não haja sobrecarga responsabilidades e trabalhos em cima das mães e dessa forma, as crianças serão mais respeitadas, evitando desgastes que provocam, muitas vezes, violências contra as crianças devido à sobrecarga e desgaste na relação, durante o desenvolvimento dessas crianças. Assim os pais poderão se sentir participantes, não se negligenciando do processo de criar e acompanhar seus filhos.

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