23 de novembro de 2015

Organizações da sociedade civil debatem a situação das crianças e adolescentes na Agenda 2030

A Visão Mundial Brasil promoveu ontem, (17), o evento “Diálogos ODS: Crianças e Adolescentes na agenda 2030”, em Brasília. Estavam presentes instituições como a Aldeias Infantis SOS, Childfund, Fundação Abrinq e Plan Internacional, além de representantes do governo federal, lideranças nacionais e internacionais da VM e da sociedade civil, para debater sobre os posicionamentos e as questões que tocam as crianças e os adolescentes sob a ótica da Agenda 2030. Claudius Ceccon, coordenador da Secretaria Executiva da Rede Nacional Primeira Infância e diretor executivo do CECIP, esteve presente.

Ao dar as boas vindas aos participantes, João Helder Diniz, diretor nacional da VM Brasil, ressaltou a relevância da presença de todos na discussão dos ODS e do importante papel da sociedade civil para superar os desafios globais nos próximos 15 anos. João Helder destacou que “apesar de o Brasil estar enfrentando um momento de tendência ao retrocesso de leis relacionadas aos jovens e adolescentes, a Agenda 2030 permite o fortalecimento do diálogo”. E lembrou ainda que o papel do Brasil foi determinante para garantir que algumas das áreas de interesses de países em desenvolvimento fossem contempladas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Em sua fala, a gestora nacional da Aldeias Infantis, Sandra Greco, ressaltou o compromisso da organização com a temática e afirmou que o encontro não teria um fim em si mesmo, mas que seria necessário um esforço para consolidação da rede como a grande articuladora da Agenda 2030 no país. “É importante que as organizações possam trabalhar juntas para alcançar e garantir a proteção integral de jovens e adolescentes”, finalizou.

Aliança estratégica

Gerson Pacheco, diretor nacional da Child Fund, lembrou que há anos organizações como a Visão Mundial, Aldeias Infantis SOS e Child Fund, sonham com momentos de diálogo e parceria. Segundo ele, o momento é grandioso para o trabalho humanitário no Brasil. “Vivemos um momento novo, um momento de aliança estratégica mundial abençoada, que não tem volta”, completou. Além disso, Gerson ressaltou que hoje as organizações têm a visão do que querem alcançar em 2030 e que acima de tudo estão trabalhando nos indicadores e em formas eficientes de monitoramento. “Como organizações nós temos uma história e muita credibilidade para influenciar a agenda brasileira e juntos daremos uma cara nova, com as nossas intervenções, à questões que envolvem jovens e adolescentes”, concluiu.

O diretor de programas da Plan International Brasil, Luca Sinesi, comemorou a universalidade dos ODS. “Estamos juntos no mesmo planeta, e ao contrário dos ODM, que tinham como foco os países em desenvolvimento, os ODS são iguais para todos”.  Segundo Luca, isso é fundamental para o cumprimento dos objetivos propostos.

Da construção da agenda à mobilização por um mundo melhor

Chris Derksen Hiebert, Diretor da Visão Mundial Internacional, iniciou sua fala apresentando o processo de construção da Agenda pós-2015 e os desafios da implementação dos ODS. Chris ressaltou o papel chave das crianças e jovens como agentes de mudança e creditou a eles a infinita capacidade de criação de um mundo melhor. “Crianças e jovens não podem ser reconhecidos apenas como objetos do nosso trabalho, mas sim como agentes de transformação”, afirmou. Chris comemorou também o fato de as questões relacionadas aos direitos das crianças e adolescentes estejam expressas em diferentes ODS e ressaltou que agora o trabalho é de implementação nos países, por meio dos governos, com a forte participação da sociedade civil. “E bastante urgente que as organizações estejam trabalhando próximas ao governo”, finalizou.

Maitê Gauto, Advocacy Advisor da Fundação Abrinq, ressaltou os esforços de diversos países, incluindo o Brasil, para que as demandas relacionadas às crianças e adolescentes, dentro do cenário de desenvolvimento sustentável, fossem atendidas. Ao tratar o tema políticas públicas, Maitê destacou a importância dos indicadores no entendimento do cenário nacional. “É importante que a gente identifique os nossos maiores desafios por meios de resultados oficiais e séries históricas para que se possa de fato discutir políticas públicas”, afirmou.

Próximos passos

Durante a tarde, Polyanna Magalhães, da Plan Internacional, conduziu os participantes na elaboração de recomendações para o processo de implementação nacional da Agenda abordando questões de políticas públicas, indicadores nacionais e monitoramento.  O documento de recomendações será apresentado ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) em dezembro. Foi proposta também uma segunda edição do evento Diálogos ODS: Crianças e Adolescentes na Agenda 2030, em março de 2016, para finalização do documento que será entregue ao governo brasileiro.

(Informações: Por Renata Almeida, especial para a Visão Mundial)

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